Sporting: sacrifício(s) de Trincão sempre em prol da equipa
Mesmo lesionado, com fratura na mão esquerda, tal como confirmou o presidente Frederico Varandas, avançado não equacionou parar. Mas afinal este problema condiciona o rendimento? Especialista responde
Trincão já teve vários momentos no Sporting, desde que chegou a Alvalade, em 2022/2023. Fez 52 jogos, marcou 13 golos e quatro assistências, registo que entusiasmou os adeptos que, na época seguinte, lhe começaram a apontar o dedo face à primeira volta aquém das expectativas. Sempre defendido por Ruben Amorim, que publicamente elogiava as capacidades do esquerdino, o início do ano civil de 2024 trouxe um Trincão renascido que se impôs no tridente ofensivo, ao lado e Gyokeres e Pedro Gonçalves, terminando com 10 golos e nove assistências em 48 jogos.
Na presente temporada Trincão apresenta-se na sua melhor versão. Tem sido um esteio da equipa que, diga-se, vive época atípica em que já teve três treinadores, foi assolada por inúmeras lesões, e, ainda assim, esteve nas finais da Supertaça, Taça da Liga, play-off de acesso aos oitavos da Liga dos Campeões, vai jogar a final da Taça de Portugal e segue na liderança da Liga, de olho no desejado bicampeonato.
O camisola 17 é o totalista do plantel, tendo falhado apenas um dos 50 jogos que o Sporting já fez — Trincão foi poupado no jogo com o Borussia Dortmund, da 2.ª mão do play-off de acesso aos oitavos de final da Liga dos Campeões, numa altura em que o cansaço físico era por demais evidente, com o presidente Frederico Varandas a afirmar que «Trincão está 'morto', mas sabe que domingo não pode haver cansaço».
A lógica do número: 4212
Eis os minutos que Trincão soma esta temporada, em 49 jogos repartidos pelas cinco provas em que os leões estiveram envolvidos. Já marcou nove golos e fez 14 assistências.
A resiliência, a rotina rigorosa, inspirada em Cristiano Ronaldo na forma como cuida do corpo, as horas de sono, a alimentação e o trabalho com personal trainer nas horas vagas, têm sido ferramentas fulcrais para o bom desempenho do avançado.
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Agora, mais um sacrifício a jogar com uma lesão na mão esquerda — dedo médio e anelar imobilizados —, que Frederico Varandas revelou, após vitória com o Rio Ave que garantiu aos leões presença na final da Taça de Portugal, ser uma fratura, contraída no encontro com o Santa Clara, após choque com o central Luís Rocha.
HÁ SEMPRE CONDICIONALISMOS
A BOLA questionou Cláudio Borges, treinador de desenvolvimento individual na Boost Campus Academy, que trabalha com jogadores de Liga, sobre os inconvenientes em Trincão jogar com a já referida mazela na mão esquerda.
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«Uma lesão assim pode condicionar a ação do jogador. Neste caso específico, o Trincão é um jogador com estilo muito gingão e é maior a probabilidade de queda e ao cair há a tendência de colocar a mão no chão, ou seja, de alguma forma, fica fragilizado na ação técnica dele, porque sabe como o estilo jogo dele permite muito contacto físico, vai estar condicionado com receio de cair não só do contacto com a mão no adversário, mas principalmente quando cai porque pode agravar a lesão que já tem. De resto, outra condicionante é não poder realizar trabalho físico de ginásio na parte superior. Agora, claro que quer continuar a jogar, não conheço nenhum jogador que por causa de uma lesão na mão queira ficar afastado, até jogadores com gesso camuflado já entraram em campo», realçou o antigo defesa-central.
Sugestão de vídeo:
Acho que devia ter sido poupado no jogo da Taça !! Vê-se que está muito desgastado !!