Rui Borges estava errado... não há nada mais perigoso do que um sueco demolidor: as notas dos jogadores do Sporting
Gyokeres voltou a ser decisivo com golo e assistência (SPORTING CP)

Rio Ave-Sporting, 1-2 Rui Borges estava errado... não há nada mais perigoso do que um sueco demolidor: as notas dos jogadores do Sporting

NACIONAL22.04.202523:31

Gyokeres assistiu, marcou e saiu... zangado. E é oficial: Debast já consegue ofuscar Hjulmand no centro do terreno. Noite de muitas experiências com Esgaio a médio, Fresneda a central, Maxi Araújo no corredor direito, minutos a Biel. Um leão renovado que saiu reforçado e com uma final no bolso

Melhor em campo: Gyokeres (7)

Máquina. Não vale a pena gastar mais adjetivos no sueco. Rui Borges, no lançamento da partida, alertou a equipa ao dizer que «um 2-0 era um dos resultados mais perigosos do futebol». Pois bem, o técnico dos leões estava errado. Nada é mais perigoso no futebol para um adversário do que ter de enfrentar um goleador insaciável, que nunca está contente, quer sempre mais e nunca baixa os índices de concentração. Decisivo com ligeiro desvio que valeu uma preciosa assistência para o golo de Inácio e, claro está, ‘picou’ o ponto com mais um golo, pleno de oportunidade, após recarga a remate de Geny Catamo. Chegou? Não, longe disso. Saiu aos 67’ com cara de poucos amigos pois ainda havia muito tempo para voltar a deixar marca no jogo.

Rui Silva (6)
Frio. Não treme. A melhor defesa do jogo (a André Luiz, aos 32’) não valeu, por fora de jogo do brasileiro, mas voltou a assinar exibição positiva. Sereno, atento, ágil entre os postes (defesas de grau de dificuldade elevado a remates de João Graça, 36’ e Vrousai, 87’) deu tranquilidade a uma linha defensiva quase sempre muito sólida.   

St. Juste (6)
Destemido. Voltou a ser aposta no onze, foi amarelado muito cedo, mas não se encolheu nos muitos duelos que foi travando no corredor direito. Mesmo com uma queda aparatosa e algumas faltas mais duras este neerlandês voltou a justificar a aposta de Rui Borges. Não comprometeu.  

Diomande (6)
Vigilante. Sempre de olho nas movimentações e nos duelos muito físicos com Clayton, o costa-marfinense levou quase sempre a melhor sobre o brasileiro. Destacou-se no (bom) posicionamento e no jogo aéreo imponente. Está bem mais seguro e cauteloso na abordagem aos lances e, também por aí, saiu com exibição positiva.  

Gonçalo Inácio (7)
Voador. Mais um golo, o sexto da temporada, melhor registo ofensivo na carreira. Belo golpe de cabeça, após desvio de Gyokeres, a desbloquear o jogo para os leões. Muito inteligente na ocupação do espaço e na leitura de jogo, nota também para consistência defensiva que ofereceu na etapa final quando o Rio Ave arriscou mais um bocadinho…  

Fresneda (6)
Lutador. Ninguém lhe pode apontar o dedo por falta de entrega ou atitude. Cresceu no capítulo tático, pois está bem mais ponderado e maduro no equilíbrio da equipa, mas também na sua robustez física que lhe dá vantagem nos duelos. Vai para cima dos adversários, sem receio, sempre a espreitar uma nesga para criar dano no ataque. E esteve perto de conseguir (74’) num remate travado por Miszta.   

Hjulmand (6)
Comedido. A entrada de Debast retirou-lhe algum protagonismo nas manobras do miolo, parece estar menos em jogo do que o habitual, mas continua a ser determinante na recuperação, a cair em zonas de pressão e a encurtar espaços para os adversários, além, claro está, da sua influência na liderança da equipa.  

Debast (7)
Desenvolto. Esqueçam o ‘adaptado’. É um médio de mão cheia e cada vez menos uma solução de recurso. Raio de ação alargado, pés de veludo, passes de longa distância com critério (aquele momento aos 40’ a abrir para Matheus Reis é de craque…), com influência no rendimento da equipa. Apontou o canto que originou o golo de Gonçalo Inácio e esteve envolvido nos melhores momentos da primeira parte.

Matheus Reis (5)
Persistente. Voltou à posição de ala onde parece sentir-se mais confortável. Com dinâmica ofensiva, profundidade pela esquerda, eficaz a fechar, no apoio a Gonçalo Inácio, na sua zona de ação. Fiabilidade é o nome do meio deste brasileiro que sentiu maiores dificuldades na segunda parte fruto de quebra física notória.   

Trincão (5)
Ponderado. Não desequilibrou tanto como em outros jogos, com menos bola do que o habitual, sempre solidário com a equipa no equilíbrio defensivo com Fresneda. Mas para a qualidade deste esquerdino parece sempre curto…  

Pedro Gonçalves (5)
Regressado. A grande surpresa no onze… 163 dias depois da última aparição. Sem o ritmo ideal, é certo, mas bem envolvido na dinâmica ofensiva pela esquerda. Ainda longe das melhores condições físicas e sem a influência de outrora. Mas foram mais 45 minutos de competição, agora na condição de titular.   

SUPLENTES

Geny Catamo (6)
Agitado. Entrou para a segunda parte e mexeu com o jogo. Muito vertical, audaz, esteve ligado ao segundo golo pois foi ele que rematou antes da recarga de Gyokeres.

Esgaio (5)
Adaptado. Este sim, ao contrário de Debast… entrou para o lugar do belga no miolo e andou bem mais ‘perdido’ na ocupação do espaço sem bola. Mas não comprometeu.

Harder (4)
Ansioso. Não pede licença para rematar, bem tentou nos últimos minutos, mas precisa de avaliar outras opções, e isso foi notório com algumas más decisões.

Biel (5)
Positivo. Talvez os melhores minutos com a camisola dos leões. Boa leitura de jogo e pormenores positivos (excelente assistência aos 86’ para Maxi).

Maxi Araújo (-)
Diferente. Foi opção pela… direita nos escassos minutos que esteve em campo.