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«Parece que estamos a leiloar a seleção do Brasil»

INTERNACIONAL20.04.202517:41

Cafu, o último capitão a levantar a taça de campeão do Mundo, não gostava de ver Jorge Jesus nem Abel, ou Ancelotti, à frente da equipa brasileira

Sem meias palavras, Cafu, o último capitão a celebrar o título mundial com as cores do Brasil, em 2002, não se mostrou nada entusiasmado com a ideia de ter Jorge Jesus, Abel Ferreira ou Carlo Ancelotti a orientar a seleção do Brasil.

«Falta um ano e meio e há pouco tempo para trabalhar. Se há pouco tempo para trabalhar, escolham um treinador brasileiro, que já está no Brasil, conhece o futebol brasileiro, conhece os jogadores. Vejo, hoje, Rogério Ceni como grande nome, Renato Gaúcho, o Roger que está fazendo um trabalho fantástico no Inter… Por que não pensar também nesses nomes ao invés de pensar só em nome de treinadores estrangeiros que nem sabemos se vêm ou não?!»

Madrid recebe a 25.ª edição dos Laureus
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O antigo lateral-direito brasileiro está em Madrid para a gala dos Laureus, evento que distingue os melhores atletas de 2024. Este ano, os ‘óscares’ do desporto celebram a 25.ª edição na capital espanhola e são esperadas muitas personalidades de diferentes modalidades. Mas, Cafu, embaixador da Fundação, é sempre dos mais requisitados.

Perante os nomes apresentados, nomeadamente, Jorge Jesus que é um dos técnicos apontados com mais possibilidade de suceder a Dorival. «Não só o Jorge Jesus, como o Ancelotti, o próprio Abel, são treinadores que estão sendo especulados. Essa indefinição é muito má, até para nós respondermos. Acho que tinha de haver uma definição. Não sei por quê este segredo… Isto gera uma expectativa muito grande. Para o mercado é como se dissesse: ‘estou a leiloar o cargo na seleção brasileira’. Isto, para o futebol brasileiro, é muito mau. Todos esses treinadores têm capacidade, como têm também os técnicos brasileiros», insiste o antigo internacional.

Preferia, portanto, um treinador brasileiro? «Eu preferiria, sem dúvida alguma. Brasil é o único pentacampeão do mundo, cinco estrelas no peito, país a ser respeitado. Não que não possa contratar um treinador estrangeiro, mas, por este tempo… Estamos a um ano e meio do Mundial... Coloquem um técnico brasileiro e vejam o resultado, o lugar em que vai ficar. Baseado nisso, toma-se uma decisão depois», insiste.

Apesar desta relutância em encontrar um novo comandante fora de portas, Cafu admite que não é aqui que está o problema de um jejum de 23 anos, que para o ano pode igualar a maior seca de sempre do Brasil (1970-1994).

«Problema da seleção, hoje, somos nós, os jogadores. Eu incluo-me. Independentemente da escolha do treinador, quem está em campo somos nós. A responsabilidade não é do treinador, não é do dirigente... O Ednaldo [Rodrigues, presidente da CBF] não joga, o Dorival não joga, a torcida não joga, os parentes não jogam. Quem joga somos nós, a responsabilidade maior é nossa. Temos de parar de inventar desculpas», rematou o antigo internacional de 54 anos.