PSG goleou o Brest (7-0), com vários golos de portugueses, Real Madrid derrotou o Manchester City (3-1), graças a um hat trick de Kylian Mbappé e PSV eliminou a Juventus (3-1), em Eindhoven, após prolongamento; 15 golos no total
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«Os meus pais abandonaram-me com dois anos e agora pedem-me dinheiro»

Lucas Pérez, que trocou o Deportivo da Corunha pelo PSV, partilhou história de vida difícil

Lucas Pérez, avançado que reforçou recentemente o PSV, abriu o livro em entrevista ao El Partidazo de Cope, e além da mudança para Eindhoven abordou a difícil história de vida fora das quatro linhas.

«Os meus pais abandonaram-me com dois anos e agora pedem-me dinheiro», revelou o ponta de lança, recuando aos tempos de infância: «Cresci com os meus avós, os pais do meu pai. Quando tinha dois anos, os meus pais deixaram-me num orfanato porque não podiam ou não queriam tomar conta de mim.»

«Nesta época, recebi uma denúncia do meu pai, a exigir uma pensão de alimentos para o resto da vida. A partir daí, passaram vários meses até que deixei o Deportivo com muito stress e muita ansiedade, porque tive de reviver momentos muito difíceis da minha vida», explicou.

Em 2016/17, quando rumou ao futebol inglês, também teve surpresa indesejada. «Quando assinei o contrato com o Arsenal, a minha mãe também me enviou uma carta com aviso de receção a reclamar dinheiro... mas não o pode reclamar porque não faz parte da guarda partilhada. Os meus avós pedem a guarda e depois a minha avó permite que o meu pai faça parte dela. Tive a sorte de ter os meus avós, mas eles não duraram o que teriam de durar», sublinhou.

Depois de contextualizar, falou da decisão de rescindir com o clube do coração para reforçar o campeão neerlandês. «Vou-me embora agora porque a questão do meu pai continua. Neste natal encontrei-me com ele várias vezes e não é uma boa sensação. Como a situação no clube não era a adequada, porque não me sentia valorizado nem apoiado, decidi ser honesto e dizer-lhes que estava a passar um mau bocado e que ia para outro lado», contou.

«O clube e eu conversámos... Faltavam dois jogos para cumprir os 20 que me levariam a renovar e eu não queria, e dois dias depois, após ter dito que íamos dar algum tempo, recebi uma carta do clube a pedir-me para assinar um compromisso por escrito com eles. Aí vi que não sabiam o que o Deportivo significava para mim e quando se duvida dessa maneira o melhor a fazer é afastar-se», acrescentou.

O jogador de 36 anos rebateu também as notícias que circularam quando deixou a Corunha. «Os meios de comunicação social provocaram danos, fizeram eco de uma mentira e as mentiras têm as pernas muito curtas. Não fiz exames médicos no Rayo, nunca me encontrei nem falei com o Rayo. A 22 de janeiro, quando rescindi com o Deportivo, também foi dito que o fiz por razões económicas, quando nunca fui para o Depor por dinheiro (...) quando saio do Deportivo concentro-me em limpar a minha cabeça e foco-me na minha situação pessoal, que me fez muitos danos e me afetou muito», disse.

«Que pai é que não quer estar perto do seu filho? Logicamente quero estar perto, é evidente, mas se o meu trabalho não me permite... Eu já estava longe dele. O que aconteceu é que eles fizeram eco de uma mentira e eu tenho parte da culpa por ter permitido que comprassem essa mentira. A pessoa que divulgou esta informação estava lá para me prejudicar», acusou.