O dia em que Basile expulsou Papa Francisco do balneário do San Lorenzo
Papa Francisco sempre presente entre os adeptos do San Lorenzo (foto: IMAGO)

O dia em que Basile expulsou Papa Francisco do balneário do San Lorenzo

INTERNACIONAL21.04.202512:53

Jorge Bergoglio era fã do emblema de Buenos Aires

Adepto do San Lorenzo desde pequeno, por influência sobretudo do pai, que jogou basquetebol no emblema de Buenos Aires, Jorge Bergoglio chegou a ser presença regular no balneário da equipa de futebol do Ciclón, quando era arcebispo de Buenos Aires.

Em 1998, contudo, viu proibido o acesso ao espaço, pelo então treinador do San Lorenzo, Alfio Basile.

A história de Jorge Bergoglio e as memórias do Gasómetro

21 abril 2025, 10:30

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«Há duas coisas de que sinto falta», disse Francisco a propósito das limitações que acompanhavam a função papal: «Uma é não poder entrar num restaurante e comer uma pizza, a outra é não ir ver o meu San Lorenzo».  Partiu Francisco, reformador da Igreja e amante de futebol...

Antigo internacional argentino, e já então com vários anos de carreira como treinador - vencedor de duas Copas Américas com a seleção alviceleste, de resto - Coco Basile não gostou de chegar ao San Lorenzo e deparar-se com uma figura da Igreja, que não conhecia sequer, com livre acesso ao balneário.

«Chego ao balneário, para a estreia, e começo: "Hoje temos de ganhar, temos de passar por cima deles, somos superiores. Vamos rapazes", etc... Nesse momento, quando já estamos para sair para o campo, entra um padre no balneário do San Lorenzo. "Quem é este padre?", perguntei. "Coco, é um padre que vem sempre, está habituado a vir e cumprimenta todos os jogadores antes do jogo", disse-me o Miele [Fernando Miele, presidente do clube na altura]. "Para que me foste buscar, então? Não ganham a ninguém! Se me foste buscar, tira-o já daqui. Não quero nenhum padre no balneário", respondi eu.»

A história foi contada por Basile em 2014, ano em que o tal padre já tinha assumido protagonismo à escala mundial, e contempla uma espécie de segundo capítulo.

«Em abril do ano passado [2013] estava num restaurante e apareceu Miele. Demos um abraço e ele perguntou-me: "Como posso não saber? Saiu em todo o lado. Francisco", respondi. «Não, esse Bergoglio é o que expulsaste do balneário. Agora é o Papa", disse-me ele».