Indecisão sobre Cabral, eficácia de Rafa e expectativa para Braga: tudo o que disse Schmidt

Treinador do Benfica projetou o jogo de Braga, no Campus do Seixal

Chegou à sala de imprensa do Benfica Campus com a pontualidade habitual e soltando um boa tarde em português. Falou do que espera sobre o clássico dos tempos modernos em Braga e admitiu estar ainda indeciso sobre o avançado que iniciará a partida.

Expectativa para o jogo frente ao SC Braga

«Vamos esperar um grande adversário, uma equipa experiente, com qualidade individual, que toma sempre boas decisões com bola, é muito eficiente na frente de ataque, cria muito espaço e acho que será um grande jogo. Temos de estar no topo para estes jogos, mas temos estado muito bem nas últimas semanas, temos de continuar fortes taticamente, defendendo muito bem e mostrar a nossa qualidade no ataque, com bola, temos de ser criativos e flexíveis. Temos de disputar os 90 minutos mas o tempo de compensação. Estou à espera de um jogo exigente e do qual só o melhor ganhará.»

O golo marcado por Arthur Cabral em Salzburgo: o que isso fez mudar as coisas

«Mudou muito porque para os avançados é muito importante marcar, especialmente quando se está num novo clube e o início não estava a ser bom. Foi muito bom para a confiança, marcou o golo decisivo em quatro minutos. Os avançados têm de decidir, foi muito bom para ele, veremos se estará no onze inicial ou se será um jogador importante a sair do banco, depende da abordagem tática, às vezes precisamos de jogadores que defendam bem mas também precisamos de bons suplentes que saiam do banco para decidir e estamos completamente preparados para isso.»

Mas diz muitas vezes que o ‘momentum’ é decisivo. Este é o ‘momentum’ de Arthur Cabral, para que seja titular?

«Para ser sincero ainda não decidi quem vai jogar amanhã. O momentum esteve lá para ele, e todos os avançados tiveram oportunidades. Casper [Tengstedt] foi a escolha [em Salzburgo] porque tinha estado bem do ponto de vista tático e físico, ele corre muito, ajuda ao pressing no meio-campo, Petar [Musa] também o fez. Já Arthur [Cabral] é um tipo diferente de avançado, pode jogar melhor do que tem mostrado até agora, vamos ajudá-lo a atingir a melhor forma. Veremos qual é a melhor decisão a tomar amanhã [neste domingo].»

O Benfica ganhou aos grandes nesta época. É motivação acrescida para este jogo?

«Não precisamos de motivação extra porque queremos ser campeões. É sempre bom ganhar aos concorrentes diretos, os duelos com Sporting, FC Porto e SC Braga podem ser decisivos mas ainda vamos na 14.ª jornada, falta muito. Estamos todos próximos no topo da tabela, estamos neste momento em boa forma, vamos [para Braga] com um boa expectativa. Se estivermos bem temos boas hipóteses de ganhar.» 

Rafa marcou nos últimos dois jogos, mas falhou ainda mais. A indefinição relativamente ao seu contrato pode pesar no jogador no ponto de vista mental?

«Rafa está numa forma ‘top’, se ele consegue ter muitas oportunidades é porque está muito bem. Não é fácil ter três oportunidades de baliza aberta num jogo, isso é sinal de que tem de estar sempre disponível, criar muitas oportunidades é um bom sinal, tal como o fez na terça-feira. Não é coincidência, isso acontece porque tem muita qualidade. Ele não foi tão eficiente como pretenderia, mas é preciso lembrar o esforço a que isso obriga. Mas isto tem muito a ver com o seu tipo de jogo, se Rafa fosse muito eficiente marcava 25 a 30 golos por época… Ele não marca sempre, mas nada tem a ver com o seu contrato, isto tem a ver com o seu estilo de jogo. Espero que ele continue como agora, mas mais eficiente.»

Ruben Amorim disse que as equipas portuguesas podem ganhar a Liga Europa. Concorda?

«Há sempre oportunidade para as equipas portuguesas  ganharem competições internacionais, o FC Porto mostrou isso. É mais fácil vencer a Liga Europa do que a Liga dos Campeões, mas haverá muitas equipas boas em prova, depende sempre da qualidade dos adversários que defrontaremos a partir de agora nas eliminatórias. Mas é possível conquistar a competição, sim.»