Golo na compensação salva Manchester United de nova derrota
Equipa de Ruben Amorim empata 1-1 em casa do Bournemouth antes do jogo da UEFA Europa League
Foi já a acabar, mas o Manchester United lá resgatou um ponto em casa do Bournemouth. Golo de Hojlund para lá dos 90' valeu empate à equipa de Ruben Amorim, com Bruno Fernandes a assumir braçadeira de capitão.
O jogo que antecedia o embate com o Athletic Bilbao nas meias-finais da UEFA Europa League foi encarado como um ensaio geral para o duelo europeu, com Amorim a não fazer rotação na equipa. Voltou a rematar mais que o adversário, só que apenas em 30 dos 90 minutos foi verdadeiramente superior.
Apesar do descréscimo de nível, o Bournemouth voltou a mostrar, no pequeno mas intenso Vitality Stadium, o porquê de ainda estar a lutar por lugares europeus. A pressão sufocante foi a principal arma desta equipa, que uma e outra vez conseguiu condicionar a saída de bola do Man. United, que tanto obrigava Onana a bater para a frente (onde Hojlund foi, de princípio a fim, menos um para os red devils) como ganhava em zonas perigosas do terreno. Foi assim que, ao minuto 23, Evanilson recebeu após perda de bola de Dorgu e amorteceu para Semenyo, com o único disparo enquadrado dos cherries, fazer o golo que dava vantagem à equipa da casa.
Evanilson, que foi herói na primeira parte, acabaria por ser vilão na segunda. Antes disso, e ainda antes do intervalo, o Man. United lá conseguiu esboçar uma reação. Entendendo que sair a jogar não dava tantos frutos, a equipa começou a jogar de forma mais direta, envolvendo Garnacho, Bruno Fernandes e Kobbie Mainoo. Foram, aliás, os três protagonistas do perigo ainda antes do primeiro tempo: o argentino permitiu grande defesa de Kepa após passe fantástico do português, rematou ao lado em duas ocasiões e o médio inglês ainda obrigou o guarda-redes adversário a encaixar. Tudo isto numa primeira parte que, estatisticamente, disse o mesmo que Ruben Amorim também diz: muitos remates, oportunidades criadas... e nenhum aproveitamento.
A receita, ao menos, parecia estar lá para levar a uma reação. O que torna mais estranho que... não voltasse do intervalo. Mais uma vez, foi o Bournemouth, agora sem tanto perigo, sempre mais perto da baliza adversária. Ouattara ainda assustou com livre a bater em cheio no poste, mas a equipa de Amorim teria mais um balão de oxigénio: entrada perigosa de Evanilson sobre Mazraoui deixava os cherries com menos um a partir dos 90'.
É preciso marcar mais. Muito mais
Quem não marca, não ganha. Uma máxima que parece óbvia, mas que tem de ser repetida uma, e outra, e outra vez no balneário do Manchester United. Um olho para o jogo da primeira volta, em que os red devils perderam 0-3, mostra que a equipa fez 23 remates. Neste, fez mais 25. 48 remates, um golo marcado. E surgiu apenas com um desvio de Hojlund a remate de Ugarte, aos 90'+6.
A expulsão do ex-FC Porto deixou o Bournemouth numa situação frágil, a tentar defender a vantagem, e Amorim apostou em Mason Mount, Eriksen e Chido Obi-Martin para o ataque. Só que os remates de perto de Mount, de Obi-Martin de Garnacho, os remates de longe de Bruno Fernandes ou os cruzamentos de Luke Shaw, Dorgu ou Eriksen não surtiram qualquer efeito até ao momento do tento do avançado dinamarquês.
A falta de eficácia continua a ser gritante, mas o empate acaba por se justificar: mesmo sendo melhor durante mais tempo, o Bournemouth permitiu 25 disparos adversários. E mesmo bloqueando 13, o golo justificava-se mais cedo do que surgiu. Um ponto para cada equipa é o resultado justo. Agora, o Manchester United vira o foco para o grande objetivo: a UEFA Europa League.