Luís Neves falou à margem da tomada de posse dos novos órgãos sociais do Comité Olímpico de Portugal
0 seconds of 2 minutes, 39 secondsVolume 90%
Press shift question mark to access a list of keyboard shortcuts
00:00
02:39
02:39
 

Fernando Gomes: «Proença escolheu o caminho da destruição do legado»

NACIONAL30.03.202502:56

Na sequência da carta enviada pelo presidente da FPF às federações europeias, o antecessor decidiu fazer o mesmo para afastar-se de qualquer apoio

Fernando Gomes não apoia a eleição de Pedro Proença para o Comité Executivo da UEFA, e fez questão de o deixar claro, inclusivamente junto das federações europeias.

Esta posição, assumida pelo anterior presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), resulta, desde logo, de uma carta enviada pelo sucessor a 55 federações europeias, na qual Proença congratula-se por ter apoiado Fernando Gomes nas eleições do Comité Olímpico de Portugal (COP), e ter recebido do antigo presidente da FPF «o apoio total para a [sua] candidatura ao Comité Executivo da UEFA».

Ainda este sábado, à margem de uma cerimónia da Associação de Futebol do Porto, Proença reforçou o agradecimento por esse suposto apoio de Fernando Gomes. «Quero dizer que o Dr. Fernando Gomes tem feito um trabalho exemplar no apoio à minha candidatura ao Comité Executivo da UEFA. O apoio que já foi consagrado, no que me diz respeito, a mim e à FPF, dizendo às 55 federações internacionais do apoio do dr. Fernando Gomes. Estamos muito satisfeitos com o apoio do Dr. Fernando Gomes», afirmou, em declarações reproduzidas pela própria FPF.

Em declarações ao Maisfutebol, Fernando Gomes já tinha marcado posição, mostrando-se surpreendido com tais declarações: «Tirando a apresentação de Pedro Proença como candidato, efetuada pela Direção a que presidi, não declarei qualquer apoio nem tenciono intervir no processo eleitoral, como é do conhecimento do presidente da FPF. O meu percurso no futebol terminou. A minha vida é o Comité Olímpico de Portugal», resumiu.

Mas Fernando Gomes não reagiu apenas este sábado. Já o tinha feito antes, por causa da carta enviada por Pedro Proença a 55 federações desportivas, na passada terça-feira. O dia das buscas na Federação Portuguesa de Futebol, no âmbito da Operação Mais-Valia, que investiga a venda da anterior sede federativa.

No final da semana, perante o desenrolar dos acontecimentos, o agora presidente do Comité Olímpico de Portugal decidiu escrever a presidentes das federações europeias. Não só para ficar à margem da eleição para o Comité Executivo da UEFA, como também para se afastar por completo do sucessor na FPF.

Fernando Gomes começa por dizer, na missiva, que foi com «a maior das surpresas» que tomou conhecimento da carta enviada por Proença, e diz que o seu nome foi «mencionado sem consentimento prévio ou mesmo informação».

O anterior líder federativo recorda ainda que Proença foi indicado para o Comité Executivo da UEFA, final de janeiro, «tendo em conta a realidade eleitoral a FPF atravessava», e atendendo a que o antigo árbitro ocuparia sempre um lugar executivo no organismo, nem que fosse mantendo-se na condição de presidente da Liga (o que fez a diferença relativamente a Nuno Lobo, o outro candidato ao cargo mais alto na Cidade do Futebol).

Dois meses depois dessa indicação, Fernando Gomes deixa claro que não há apoio nenhum da sua parte. «Tenho de dizer-lhe que hoje percebo que não partilhamos uma visão comum para o futebol e o desporto. Pedro Proença escolheu o caminho da destruição do legado que eu e a minha equipa construímos ao longo de treze anos, através de decisões e insinuações públicas que visam atacar o nosso bom nome e que, como se verá, são completamente infundadas», escreve Fernando Gomes na carta enviada a presidentes de federações europeias, que finaliza com a informação de que estará presente no 49.º Congresso Ordinário da UEFA, em Belgrado, evento marcado para o próximo dia 3 de abril, no qual será eleito o Comité Executivo.