FC Porto: Toni Martínez e Nico González contra a maré
Empate no Bessa desagradou ao grupo, mas há quem tenha saído por cima; ponta de lança marcou após mais de quatro meses de jejum e já não é tema de mercado; Médio contratado ao Barça entrou sólido e hipótese Girona perde força
O empate no Bessa, contra o Boavista, agravou a sensação de desconforto do dragão, que em relação ao mesmo período da época passada, ou seja, à passagem da 16.ª jornada, tem menos um ponto na Liga. A eficácia também está longe dos níveis ideais e o dececionante desfecho na casa dos axadrezados foi discutido logo depois do jogo terminar.
Apesar de tudo, para dois espanhóis do plantel, o encontro com o vizinho da Invicta poderá ter assinalado um ponto de viragem quando tudo apontava para uma saída pela porta pequena no mercado de inverno. Falamos de Toni Martínez e Nico González. O ponta-de-lança era um dos ativos mais desejados do FC Porto, mas Sérgio Conceição preferiu abrir mão de Fran Navarro, para manter uma unidade que conhece bem a sua filosofia de jogo e que, na sua visão, poderia colmatar melhor a ausência de Taremi na Taça da Ásia.
No dia em que Navarro saiu, Toni Martínez apareceu de surpresa no onze e teve participação na jogada que originou o golo da vitória sobre o Chaves. Foi essa boa ação que lhe permitiu repetir a titularidade, desta vez no dérbi, onde marcou, quebrando um jejum de mais de quatro meses. Uma finalização com história, pois Toni passou a ser o espanhol com mais golos do FC Porto, 31, ultrapassando Marcano, lesionado, que tem 30. O avançado tinha estado quatro jogos sem ser chamado, mas estes dois últimos encontros sinalizam uma clara intenção do treinador de bloquear a sua saída.
Nico recupera a aura
Nico González passou por um período ainda mais penoso: quase um mês sem ser convocado. Falta de intensidade e alguns erros na saída de bola foram sendo corrigidos neste intervalo, nos treinos, ao mesmo tempo que se intensificavam as manobras de bastidores do Girona para tentar contratar uma referência que já era desejada no verão. Nico entrou muito bem na partida no Bessa, dinâmico, a calcular bem os passes e sobretudo a injetar uma das suas principais armas, o forte remate. Por duas vezes levou perigo à baliza de João Gonçalves. Foram 21 minutos ‘sumarentos’, a prometer mais nos jogos que se seguem, com Estoril e, depois, SC Braga.