Estoril, adeptos, avançado titular: tudo o que disse Roger Schmidt
Técnico alemão satisfeito com a vitória diante do Casa Pia e nem tanto com as palavras de Kokçu. (Foto: IMAGO/Atlantico Press)

Estoril, adeptos, avançado titular: tudo o que disse Roger Schmidt

NACIONAL09.03.202414:01

Treinador do Benfica abordou vários assuntos, entre os quais a fase menos positiva que as águias atravessam

Roger Schmidt confessou, na conferência de imprensa que antecede o encontro contra o Estoril, para a 25.ª jornada da Liga, que espera um jogo difícil, contra uma equipa intensa que se tenta manter na primeira divisão do futebol português. Abordou ainda a fase menos positiva que o Benfica atravessa, o apoio dos adeptos e a escolha para avançado da equipa.

— Voltando às competições nacionais depois do jogo frente ao Rangers, quais são as expectativas frente ao Estoril?

«Já jogámos duas vezes contra eles, estão a lutar para permanecer na Liga, mas é uma equipa com muita qualidade, que torna os jogos difíceis para os adversários, tem jogadores com velocidade, tomam boas decisões no ataque, disputam jogos de forma intensa, e é o que esperamos amanhã. Precisamos dos três pontos. Temos um calendário apertado, já jogámos imensos jogos, mas jogámos bem no último jogo, fisicamente estamos bem. O nosso objetivo é acabar esta fase antes da pausa para seleções numa forma positiva.»

— Disse que na quinta-feira deram uma boa resposta, que os jogadores estão bem fisicamente. Os jogadores disseram que a equipa tem de reagir, Otamendi foi muito forte, disse que têm de «sair da situação de merda em que se encontram». Psicologicamente os jogadores parecem-lhe afetados? O que lhe transmitem?

«Jogámos a primeira mão da Taça contra o Sporting e ainda é possível passarmos a eliminatória, apesar de termos perdido lá. Depois perdemos contra o FC Porto e a seguir empatámos contra o Rangers. Para jogadores e equipas como nós, que estamos habituados a ganhar, é um bocado inesperado, não estamos habituados. Para mim, como treinador, o importante é como reagimos, e foi o que discutimos depois do jogo contra Sporting e FC Porto, que temos de reagir no relvado. No final, temos de estar focados no próximo jogo. Preparar da melhor forma, analisar o adversário e mostrar bom futebol no campo. Temos concedido alguns golos, mas, no geral, no que concerne à tática, a mentalidade, acho que os jogadores estiveram muito bem e para mim é sempre bom sinal, mostra que a equipa está em bom estado, ligada e que o espírito é bom. E depois é mais fácil resolver situações em alguns momentos e fases, porque não interessa quão boa a equipa é, todas as equipas têm fases em que os resultados não aparecem e é preciso mostrar atitude e qualidade. Conheço os jogadores, sei que querem ganhar troféus e estão a dar tudo para que isso aconteça.»

 

— Tem falado nas conferências da falta de eficácia do Benfica. Os avançados não marcam há cinco jogos. Já disse que um avançado não tem só de fazer golos. A situação preocupa-o? Porque altera tanto o jogador que joga mais avançado? Sente que nenhum deles é capaz de dar a equipa o que o Roger quer, como acontecia com Gonçalo Ramos o ano passado, que jogou quase todos os jogos?

«Na época passada tínhamos uma situação diferente, começámos com o Ramos a avançado, e ele mostrou que era um grande jogador, marcava golos, era muito completo no comportamento tático, e por isso jogou quase todos os jogos. Esta época a situação é diferente, temos jogadores bons, diferentes opções, mas os jogadores não são tão consistentes para manter a titularidade. Todos trabalham, e todos têm de melhorar. São novos e, às vezes, os jogadores precisam de tempo para se habituarem. A tática é diferente do que estão habituados, e temos de tentar arranjar a melhor abordagem para cada jogo. Às vezes podemos manter os mesmos jogadores semanas seguidas, e outras vezes temos de ajustar. É a nossa situação neste momento. Já marcámos imensos golos, na terça-feira não fomos tao eficazes, mas, olhando para o jogo com o Vizela marcámos 5 golos em 45 minutos, e 4 contra o Portimonense em 15 minutos. O potencial está lá, o importante não é quem marca, o importante é marcar e ganhar jogos. É a nossa situação e todos os jogadores são bem-vindos em lutar pela posição.»

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— Achou que a equipa deu uma boa resposta, mas no final alguns adeptos pareceram não concordar. Sente que tem o apoio dos adeptos? E o que acha da divisão entre adeptos? É prejudicial para a equipa?

«Isto não é sobre mim, o que interessa é o Benfica. O que vi e senti no estádio foi que apreciaram a forma como a equipa jogou e reagiu, e foi muito importante para nós. É importante ter apoio todos os jogos, especialmente no nosso estádio. Se não estiverem satisfeitos claro que temos de viver com as críticas, e há sempre críticas no Benfica, é normal. Só podemos influenciar o ambiente, a atmosfera ao jogar bom futebol. É esse o meu foco, e as outras coisas não são importantes. A equipa reagiu muito bem, e estou satisfeito.»

 — O Benfica tem um calendário muito apertado, e acredito que seja difícil para si gerir a questão física e mental dos jogadores. A prioridade é o campeonato?

«A minha prioridade é sempre o próximo jogo. Digo sempre que não posso priorizar competições, e não é possível escolher o calendário, é o que é. Estamos felizes por jogar muitos jogos, significa que ainda temos hipóteses de ganhar competições diferentes. Nos últimos tempos jogámos algo como 10 jogos seguidos de três em três dias. No final, temos de aceitar a fase contra o Sporting e FC Porto, os jogadores podiam estar um pouco cansados, mas na terça-feira mostrámos que com concentração e preparação podemos estar prontos para o jogo seguinte, e é essa a nossa tarefa para a última semana antes da pausa para seleções e para o resto da época que vem a seguir. Vamos dar tudo em todas s competições e também amanhã, contra o Estoril.»

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 — Acha que uma das principais razões para o Benfica não melhorar é o facto de estarmos em março e ainda não ter um onze base?

«Mudamos jogadores porque jogamos de três em três dias e temos muito bons jogadores, muitas opções. Tento manter os jogadores frescos ao dar-lhes descanso e tempo de jogo. Especialmente nesta fase, é preciso ter cuidado com os jogadores, que estão habituados a jogar sempre mas precisam de tempo para recuperar e para prevenir lesões. Tudo isto faz parte da decisão sobre que jogadores começam, e no final precisamos de uma abordagem para ganhar os jogos. É o que fazemos, somos profissionais, a equipa médica faz a sua parte e tentamos tomar as melhores decisões. O mais importante é sempre ganhar. Mas acho que somos capazes de mudar alguns jogadores e manter a qualidade e ganhar jogos. É algo que temos de fazer no final da época.»