«Amantes do futebol não querem ver a queda de mais clubes»

Marítimo «Amantes do futebol não querem ver a queda de mais clubes»

NACIONAL03.03.202323:24

No âmbito da visita às instalações do Marítimo (a 15.ª a clubes profissionais), João Paulo Correia, secretário de Estado da Juventude e do Desporto, voltou a reforçar a importância de alterar o regime jurídico das sociedades desportivas.

«Os amantes do futebol estão cansados e não querem ver a queda de mais clubes, clubes históricos do desporto português», começou por destacar João Paulo Correia no âmbito dos casos de corrupção e fraude fiscal associados a sociedades desportivas, prosseguindo com ênfasae sobre a proposta de lei de alteração do regime jurídico das sociedades desportivas, que será discutida e votada na generalidade a 10 de março: «Esta reforma traz também algumas inovações desse ponto de vista. Uma das propostas é fazer com que seja a autoridade tributária e a segurança social a comunicar a situação fiscal e contributiva das sociedades desportivas no momento da sua inscrição e participação nas provas.»

O governante acrescentou: «É um setor que precisa de mais regulação, precisa de um regime sancionatório, precisa de uma entidade fiscalizadora, com o intuito maior de criar valor acrescentado a este setor de atividade e melhorar o valor reputacional. [Desde 1997, quando foram criadas as primeiras SADs] 30 por cento das Sociedades Anónimas Desportivas ou caíram na insolvência ou foram extintas ou dissolvidas, mas no total das sociedades desportivas são 20 por cento que caíram nesta situação.»

A proposta de lei, segundo João Paulo Correia, proporcionará «uma relação mais equilibrada de poder entre os clubes fundadores e os detentores de participação qualificada das sociedades desportivas», esperando «que conduza a tornar o setor mais atrativo para o bom investimento e para o bom investidor, que conduza critérios de idoneidade no acesso às participações qualificadas das sociedades desportivas e que procura afastar conflitos de interesses no exercício de funções de gerência, administração das sociedades desportivas.»

Quanto ao caso concreto do clube insular, o secretário de Estado da Juventude e do Desporto declarou: «Se o Marítimo quiser criar uma sociedade desportiva para a sua equipa sénior feminina poderá fazê-lo, se esta proposta-lei for aprovada, como contamos que seja.»

Recordando as 17 modalidades que os leões do Funcham possuem, com 1.700 atletas e mais de 250 funcionários, o governante não tem dúvidas: «É uma potência do desporto português e a expressão coletiva de uma região. Por mais profissional que seja o futebol e o desporto português, por mais que a dimensão económica e comercial ganhe maior peso nas decisões dos clubes, o que é certo é que os clubes não podem cortar ligação com as suas origens. Têm de conhecer a sua história e mantê-la presente e a história do Marítimo e a sua origem está muito presente naquilo que o clube tem.»