«Confiança que Mourinho me deu foi impactante» 

Espanha «Confiança que Mourinho me deu foi impactante» 

INTERNACIONAL01.08.202320:57

Cesc Fàbregas, 36 anos, ex-médio de Arsenal, Barcelona, Chelsea, Mónaco e Como, campeão do Mundo (2010) e bicampeã da Europa pela Espanha (2008 e 2012) e atual treinador do Como sub-19 e B, concedeu uma entrevista ao The Coaches Voice na qual, entre diversos temas, fala da época em que conviveu com José Mourinho na equipa inglesa. Em 2014/2015, última do português nos blues, Fábregas foi, com 45 jogos, o quarto mais utilizado, após Ivanovic, Eden Hazard e Matic.
«Mou mandava-me muitas mensagens e falava comigo todos os dias. A atitude dele deixou claro que eu era um dos jogadores mais importantes da equipa. Ele dava-me uma confiança diferente da que tivera com Arsène [Wenger]. Foi impactante. Ele [Mourinho] jogou com a minha mente de uma forma que ninguém mais fez antes, o que trouxe o melhor de mim. Joguei muito bem com ele», relembrou.


O espanhol, porém, adorou trabalhar no Arsenal com o treinador francês. «Wenger era alguém a quem poderíamos recorrer em termos de liderança, porque sabíamos que ele tinha um plano para ti. Podíamos confiar nele em qualquer coisa, não importa o que fosse. Tratou-me sempre como se fosse seu filho. Essa é a sensação que todos tivemos, como jogadores. Confiei nele e essa confiança foi em ambos os sentidos: ele confiou em mim em campo», esclareceu.


Fábregas trabalhou com alguns dos melhores treinadores do Mundo. Mourinho, Wenger e também Guardiola. «Quando falei com Pep no Barcelona, antes mesmo de assinar o contrato, ele explicou-me o que queria de mim: ‘Jogar de uma forma em que possamos incluir todos os pequeninos na equipa’. Joguei com Xavi e Andrés Iniesta na seleção espanhola e, junto com Leo Messi, todos passámos pelas categorias de base do Barcelona. Pep queria que eu jogasse da mesma forma. Acho que ele confiava no sentimento que eu e Leo tínhamos entre nós. Conhecíamo-nos há muito tempo e realmente entendíamo-nos; tínhamos uma boa conexão», adiantou, antes de falar nas personalidades de Wenger e Guardiola: «Em termos de caráter, Pep era diferente de Wenger. Arsène era amigável e próximo dos jogadores; Pep mantinha muito mais distância. Até poderia ser um pouco mais agressivo na mensagem a passar, mas foi algo que funcionou muito bem para ele».


A finalizar a entrevista ao The Coaches Voice, Cesc Fábregas falou sobre o que o levou a passar, esta época, para treinador: «Ao longo dos meus 20 anos ao mais alto nível [como jogador], costumava entrar em pânico com o dia em que teria de pendurar as chuteiras. Mas no treino encontrei a minha paixão. Faz-me olhar para o futebol de uma maneira totalmente nova e está a tornar mais fácil a minha transição para a vida pós-futebolista». 
 

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