«Agora quero praia, piscina não dá mais»

Natação «Agora quero praia, piscina não dá mais»

NATAÇÃO01.08.202319:43

Terminada a temporada e com um Mundial de longa já marcado para o início de fevereiro, o que não é habitual em anos de Jogos Olímpicos, mas será a última grande prova para afinar uma série de pormenores e ritmos competitivos ao mais alto nível antes de Paris-2024, Diogo Ribeiro já tem as férias marcadas nas quais pretende ficar o mais longe possível da água com cloro em que mergulha duas vezes por dia seis dias por semana.

E a seguir a isto consegue-se ter férias e ir descansado a pensar no próximo objetivo? «Quando fico de férias não penso mais em natação. Claro que a medalha vai ficar aqui alguns dias, se calhar meses, anos até, mas em termos de natação vou parar mesmo. Quero praia, piscina não dá mais durante as próximas três semanas», diz brincando.

«O que eu é que vou fazer nas férias? Estar com os meus amigos, família e divertir-me. Essencialmente vai ser isso», responde sem revelar muitos os planos e sabendo que regressa aos treinos a 21 de agosto.  

E agora acabou de aterrar, fala connosco… e o que é que deseja fazer a seguir? Qual é a primeira coisa que quer fazer? «Agora tenho dentista às 16.30h», dispara de imediato fazendo todos rirem-se.

«Estou preocupado com isso, mas depois é ver como vai correndo o dia, à noite vou ao Benfica para estar com a malta, é importante, é o meu clube», salienta Ribeiro que ao durante a temporada treina com os elementos do CAR Jamor sob a orientação do selecionador Alberto Silva e apenas nas principais competições em Portugal, como os Nacionais de piscina curta e longa e de clubes, convive mais com os companheiros de clube, ainda que estes regularmente também se treinem no Jamor.

Fotografia Carla Carriço/ASF

Na época passada Ribeiro ganhou cinco medalhas em grandes competições: bronze no Europeu absoluto de Roma, três ouros no Mundial Júnior de Lima, um ouro e uma prata no Jogos do Mediterrâneo de Oran. A mãe emoldurou-as todas.

Sabendo-se que o velocista até gosta de dormir com as medalhas que vai conquistado antes e durante outras provas e aprecia tê-las por perto para se motivar, quisemos saber para onde irá a deste Mundial. A mais importante do palmarés. É já para emoldurar ou vai à mão para poder apreciá-la mais perto durante algum tempo? «Gostava de a sentir durante mais tempo, mas a minha mãe é que está por trás disso e vai emoldurá-la logo», diz.

Mas depois vai levá-la consigo para o CAR Jamor ou fica logo em casa, em Coimbra, quando lá for? «Nem quero que saia de Coimbra. Fica tudo no quarto. Quando lá durmo e as vejo deixa-me com uma felicidade enorme», conta.

No Mundial Ribeiro foi várias vezes solicitado por outros nadadores para tirar fotografias e dar autógrafos. E então quando deixava a área reservada as atletas e passava para a do público era imediatamente rodeado por fãs japoneses, também desejosos do seu autógrafo. Mesmo assim disse que ainda não se sente uma estrela e tem dúvidas que algum dia se vá habituar a todo este imediatismo. Gostava de conseguir estes resultados sem esse reverso da medalha.

Agora à chegada, enquanto falou à comunicação social, teve direito a ter o tempo inteiro o ‘emplastro’ em cima. Enquanto existiram câmeras de televisão ligadas, é claro.

Fotografia Carla Carriço/ASF 

E com esta receção com ‘emplastro’, já se sente uma estrela? «Eh pá! Ainda só o tinha visto na televisão, nunca ao perto…», afirma rindo-se pelo momento. «Nem sei o que dizer…».

Mas não sente mais estrela, o ‘emplastro’ esteve mesmo em cima de si? «Sim, já quer dizer alguma coisa mais. Acho eu… Não sei…».

Outra coisa que referiu foi que, depois desta estreia num Mundial que significou a realização de um sonho de criança e no qual foi semifinalista a tudo o que nadou, chegou à final e conquistou a medalha de prata, gostaria de, tal como aconteceu nas outras ocasiões, ir a Fátima agradecer.

Pensa fazê-lo já quando regressar a Coimbra, antes das férias? Gostava de ir lá agora que vai o Papa? «Não, não, é muita confusão. Prefiro ir sozinho, tranquilo, sem muita gente à roda. Mas o Papa vai lá já estes dias? Pois, então não vai dar mesmo para ir já, terá de ser mais tarde. Ia ser uma grande confusão.»