Diogo Ribeiro chegou «superfeliz» e pressionado pelo ‘emplastro’

Natação Diogo Ribeiro chegou «superfeliz» e pressionado pelo ‘emplastro’

NATAÇÃO01.08.202317:13

«Estou superfeliz por ter conseguido esta medalha para Portugal, para o Benfica, é um motivo de honra e espero continuar a dar estas alegrias. E obrigado por estarem aqui», começou por declarar Diogo Ribeiro à chegada a Lisboa, ao início desta tarde, regressado do Japão após no 20.º Mundial de Fukuoka ter conquistado a medalha de prata nos 50 mariposa. Primeiro pódio de um português em 18 participações da Seleção no evento.

Bem ao seu jeito, tranquilo e até algo tímido, mas continuando a estar pouco à vontade quando se depara diante de um batalhão de câmaras de filmar e fotografar, Diogo, de 18 anos, tinha a imprensa nacional à espera, o que de certa forma surpreendeu-o apesar de ter sido avisado.

E para que tudo fosse ainda mais memorável, nem o 'emplastro' faltou atrás especado. O que admirou o velocista quando, a dado momento, olhou para o lado porque cada vez mais havia uma cara a sair por cima do seu ombro. Ribeiro limitou-se a rir com a situação e continuou.

Os responsáveis da comunicação da federação ainda tentaram retirá-lo de lá, mas o emplastro tem mais anos de experiência destes momentos do que eles de medalhados a chegar a Portugal e esquivou-se.  

«Como disse, estou superfeliz, agora estou de férias e por isso quero aproveitar. De uma forma geral correu bem, são outras alegrias, mas estou aqui a tremer um bocadinho pois não estou habituado a isto», vai desabafando o nadador natural de Coimbra que há quase um ano também tivera uma receção semelhante após ter sido tricampeão júnior em Lima-2022 (50 livres, 50 e 100 mariposa), só que agora tinha o dobrou da imprensa presente. Ah, e mais o 'emplastro', claro.

Mas está a tremer mais agora ou quando lhe colocaram a medalha ao peito? «Mais agora, naturalmente. Camaras à frente… Mas foi muito bom. Agora foi nos palcos de absolutos, a nadar com os mais velhos e espero continuar… diz rindo-se e já meio desconcentrado face à constante pressão do emplastro, decidido a tirá-lo do primeiro plano de imagem.

Fotografia Carla Carriço/ASF

À saída do Japão Ribeiro confessara a A BOLA que, provavelmente, ainda não lhe havia caído a ficha da importância do que realizara e o impacto que aquele pódio teria. Revelara mesmo que não sabia o que se dizia em Portugal porque se afastara da das redes sociais e da imprensa para se concentrar nas restantes provas, pois até tivera dificuldade em dormir devido ao turbilhão de emoções.

E agora, já lhe caiu a ficha que fez história para o País e para todos os jovens? «Sim, lá está, tenho 18 anos, poder dar estas alegrias e saber que ainda tenho bastantes anos pela frente - espero eu – é desafiador para as próximas épocas. E espero também conseguir dar força aos mais novos para realizarem os seus sonhos».      

Ainda é novo, mas ganhar esta medalha era um sonho de criança? «Sim, sim… Já havia falado sobre isso, tanto ganhar uma medalha no Mundial absoluto, como nos Jogos e no Europeu será sempre um sonho. Já a consegui no campeonato da Europa como no do mundo, mas qualquer outra que venha irá continuar a ser um sonho».

A próxima é nos próximo Jogos Olímpicos [Paris-2024]? «Vamos ver, vou trabalhar para isso. Também não quero estar a dizer essas coisas, mas é obvio que irei treinar para isso e se, um dia, chegar ao ouro… lá está, é o sonho».    

Fotografia Carla Carriço/ASF

Em fevereiro vai já ter outro Mundial, em Doha. O que é que sentiu que é preciso ainda afinar? «Tentar não correr tantos riscos logo no início, nas eliminatórias e meias-finais, tentar fazer provas mais limpas, pois tive a felicidade de, depois, as coisas correrem bem na final. Estou bastante feliz por isso pois conseguir melhorar o que não havia saído bem nas eliminatórias e semifinal. É também ganhar mais essa competitividade com os mais velhos a nível internacional de forma a conseguir chegar a estas competições e não ser tanto uma surpresa. Já ir a pensar que consigo nadar finais com eles e chegar às medalhas».

E quão importante foi a meia-final dos 50 mariposa em que não começou bem a prova e conseguiu recuperar esse atraso? «No salto fiquei logo um bocado atrás, ainda nem tinha entrado na água», vai recordando. «Até comentei com algumas pessoas que terá sido a minha melhor parte nadada de sempre [para recuperar o atraso, passou em 7.º à final]. Depois foi levar isso para a final e aí, com o salto a sair bem, sabia que podia dar algo mais do que só a classificação da final e lá está a medalha», concluiu.