Duas gerações na arena de Wimbledon

Ténis Duas gerações na arena de Wimbledon

TÉNIS14.07.202322:21

No presente, o All England Club é o cenário da primeira final entre o passado e o futuro da alta roda mundial quando o sérvio Novak Djokovic e o espanhol Carlos Alcaraz, 36 e 20 anos, números 2 e 1 mundial, respetivamente, se encontrarem na arena do torneio de Wimbledon.

Uma final de desfecho completamente imprevisível entre o vencedor de 23 troféus de Grand Slam e em busca de um oitavo título na relva londrina - a permitir igualar o recorde de singulares masculinos do suíço Roger Federer -, e um estreante em estado de graça, com uma única vitória num evento major, o Open dos Estados Unidos de 2022, depois de bater o norueguês Casper Ruud. Ainda assim, o terceiro embate entre ambos, com vitórias repartidas, primeiro para o espanhol nas meias-finais do ATP de Madrid de 2022 e depois para o sérvio na mesma eliminatória de Ronald Garros deste ano.

Na relva londrina discute-se ainda a liderança da tabela mundial, que beneficiará o vencedor da final de Wimbledon. Até ao momento, Alcaraz e Djokovic têm alternado no trono, precisamente desde o Open dos Estados Unidos de 2022.

Para poderem discutir a final, os dois líderes mundiais afastaram jogadores do top-10. O encontro mais promissor opunha Alcaraz ao número 3, o russo Daniil Medvedev, derrotado por 3/6, 3/6 e 3/6. O espanhol, o terceiro a discutir a final de Wimbledon, depois de Manolo Santana e Rafael Nadal, preparou bem o desafio e impôs-se facilmente ao fim de uma hora e 52 minutos, tremendo apenas a meio do terceiro parcial, em virtude de algum excesso de confiança.

Enquanto Djokovic, o terceiro mais velho finalista de Wimbledon, demorou mais uma hora, duas horas e 47 minutos no total, para se desenvencilhar do italiano Jannik Sinner, oitavo mundial, pelos parciais de 6/3, 6/4 e 7/6 (7-4). Atuou com segurança nos dois primeiros parciais, cortando sempre as tentativas de reação do transalpino e quebrando-lhe o serviço, mas precisou de endurecer a resposta no terceiro. Alcançou assim a 34.ª vitória londrina consecutiva e a nona final em Wimbledon, que já conquistou por sete vezes (2011, 2014, 2015, 2018, 2019, 2021 e 2022) e poderá proporcionar-lhe o 24.º título do Grand Slam. Os sete troféus já conseguidos colocam Djokovic na mesma prateleira dos já retirados norte-americano Pete Sampras e britânico William Renshaw, este último nascido em 1861 e falecido em 1904.