Oscar, a última grande estrela a jogar na China

Futebol Oscar, a última grande estrela a jogar na China

INTERNACIONAL01.07.202300:44

O médio internacional brasileiro Oscar, de 31 anos, joga em Shangai, na SuperLiga chinesa, há quase sete anos. Foi bem no começo de 2017 que o Chelsea oficializou a venda do jogador por um pouco mais de 70 milhões de euros, e desde então Oscar dos Santos Júnior não mais deixou a China, onde sempre ganhou até hoje a média de 450/500 mil euros por semana.

Ele é, porém, o último dos moicanos num país que na década anterior chegou a gastar muitos milhões com jogadores e treinadores e teve de impor teto salarial para impedir que os clubes (agora 16 na divisão principal) entrassem todos em falência.

O Guangzhou Evergrande, hoje Guangzhou FC, maior campeão chinês de sempre (oito títulos entre 2011 e 2019, sete dos quais consecutivos), que chegou a ser treinado pelos famosos Marcelo Lippi e Luiz Felipe Scolari, está hoje na segunda divisão, tendo sido despromovido no final do ano passado após época muito negra, que pode mesmo levar o clube a fechar a porta.

Ainda há três anos, o Evergrande foi vice-campeão e em 2021 terminou em 3.º lugar. Nesses dois anos, contou com Fabio Cannavaro como treinador e com jogadores como Ricardo Goulart, Anderson Talisca (agora companheiro de Ronaldo na Arábia Saudita), Paulinho, Elkeson, Alan ou Fernando Conceição. Depois disso foi o descalabro e hoje o plantel tem apenas jogadores chineses. E treinadores também.

Foi o treinador português André Villas-Boas, que trocara o Zenit, da Rússia, pela China por cerca de 12 milhões de euros/ano, que convenceu os dirigentes do Shangai SIPG a contratar o brasileiro Oscar ao Chelsea.

A China já tinha chamado por milhões e milhões de euros estrelas como Didier Drogba, Nicholas Anelka, Carlos Tevez, Ezequiel Lavezzi, Hulk, Jackson Martínez, Alex Teixeira, Renato Augusto, Ricardo Goulart, Paulinho, Talisca, Robinho, Alex Teixeira, Ramires, entre muitos outros, e já tinha seduzido a ganhar igualmente milhões de euros treinadores como os já referidos Marcelo Lippi, Scolari, Cannavaro, os portugueses Villas-Boas e Vítor Pereira (que foi campeão chinês em 2018 precisamente com o Shangai SIPG de Oscar) ou Rafa Benítez.

A dado momento, corria o ano de 2016, o argentino Ezequiel Lavezzi tornou-se o futebolista mais bem pago do mundo, no Hebei Fortune, auferindo cerca de 30 milhões de euros/ano. Mas pouco depois chegou outro argentino, Carlos Tevez, então com 32 anos, para bater todos os recordes e passar a ganhar no Shangai Shenua qualquer coisa como 40 milhões/ano, quase o dobro do que já recebiam os maiores de todos, Cristiano Ronaldo, no Real Madrid, e Lionel Messi, no Barcelona. Durante esses dois anos, Tevez foi o jogador mais caro do planeta.

Oscar, a estrela que resiste, ganhou quase sempre entre 20 e 25 milhões ano. E continua a ganhar isso, porque assinou em 2019 uma extensão do contrato (que termina no fim de 2024), pouco antes do futebol chinês estabelecer um teto salarial. Foi precisamente no final de 2019 que novas regras foram impostas: limite de 3 milhões de euros de salário anual para jogadores estrangeiros e 1,2 milhões para jogadores chineses. Foi o fim do El Dorado.

Resta, pois, Oscar, como a grande estrela ainda do futebol chinês, ainda com mais alguns estrangeiros já sem o brilho dos grandes nomes.

Depois do que chegaram a tentar os clubes na Rússia, do que gastou a China para chamar a atenção do mundo, e do que, apesar de tudo, de modo um pouco mais lento, vai continuando a procurar a Liga norte-americana (que acaba, ainda assim, de conquistar Messi), a verdade é que os holofotes estão agora quase todos virados para a nova realidade da Arábia Saudita. Falta saber até quando.