Fernando Pimenta a A BOLA: «Presente de aniversário antecipado para o meu treinador»

Canoagem Fernando Pimenta a A BOLA: «Presente de aniversário antecipado para o meu treinador»

MAIS DESPORTO31.08.202322:12

Pouco depois de conquistar mais um ouro e revalidar o título na short race do Mundial de maratona em Vejen, Dinamarca, Fernando Pimenta deu conta a A BOLA sobre a felicidade que lhe ia na alma, dias depois de subir três vezes ao pódio – ouro em K1 1000 metros, prata em K1 5000 e bronze em K1 500 – no Mundial de velocidade, em Duisburgo, na Alemanha, do qual saiu ainda apurado para os Jogos de Paris-2024.

Sobre vitória

«Estou muito feliz, foi um presente de aniversário antecipado para o meu treinador [Hélio Lucas] que viajou de carro da Alemanha para Portugal na segunda-feira e hoje só veio cá para me acompanhar nesta regata. Amanhã [sexta-feira] completa 50 anos e vai embora para estar com a família, por isso este é o meu presente para ele»

Palavras de Hélio Lucas

«Eu não lhe disse nada, mas ele disse-me que valeu a pena ter vindo à Dinamarca só para me ver competir nesta regata. Veio apoiar-me e ouvir a voz dele a dizer para que não desistisse durante a prova deu-me força e faz com que lhe esteja imensamente grato. Assim vai para o seu 50.º aniversário super feliz e eu também»

Regata com muita tática

«Além de mais curta dos que os cinco mil metros em que competi na Alemanha, esta regata torna-se exigente pelo facto de ter duas portagens. Para mim menos portagens é sempre a meu favor, porque aqui estou a competir com especialistas na maratona e sou sempre mais vulnerável quando preciso sair da água nas portagens correr o percurso e voltar a entrar na água. Por isso, é uma regata com muita tática, pois tenho sempre de recuperar na água o tempo que perco nas portagens. Na segunda, por exemplo, o dinamarquês que é um favorito e a competir em casa fugiu-me, mas recuperei na água. Na última rondagem, ataquei e fiquei a controlar a regata. Mantive o bom ritmo necessário até ao fim»

Mentalmente exigente

«Nas regatas de maratona, há muitos ataques dos outros, pois toda a gente tenta marcar e ganhar posição tanto na água como nas saídas e entradas das portagens. Mentalmente é preciso estar muito forte e, felizmente, consegui gerir a tensão e ganhar. Foi como se estivesse no futebol a perder por 1-0 e depois ter conseguido marcar o golo do empate e o da vitória»


 

Quatro medalhas em sete dias e dois Mundiais

«O sentimento é de uma felicidade imensa. Sabia da dificuldade de revalidar o título do ano passado em Ponte de Lima, mas então estava na minha casa, aqui estava a competir na casa de um dos melhores do mundo. Consegui algo inédito para Portugal. Pois se em 2022 tinha tido mês e meio entre o Mundial de velocidade e este, desta vez saí da Alemanha no domingo diretamente para aqui. Não houve tempo para recuperar. Isto não é fruto de sorte, há muito trabalho invisível, meu e do meu treinador»

Porto de celebração

«Vou jantar uma massa à bolonhesa, um queijinho de entrada e um cálice de vinho do Porto, pequenino! Vim fazer este Mundial porque me comprometi a defender o título de K2 com o José Ramalho. Não sei se vamos conseguir fazê-lo mas tudo farei para que consigamos fazer mais história para Portugal»