O 'mister' de A BOLA do Rio Ave-FC Porto: justiceiro Marcano

Liga O 'mister' de A BOLA do Rio Ave-FC Porto: justiceiro Marcano

NACIONAL29.08.202320:01

1. Tentativa de surpresa

O Rio Ave tentou surpreender o vice-campeão com uma estrutura ofensiva de 3-4-3 com losango no setor médio. Esta estrutura referenciou Amine na ponta do vértice, Guga e Joca nas extremidades laterais e João Graça posicionado em zonas mais criativas próximo de Boateng. Porém o Porto, soube fechar o espaço interior, e pressionar de ‘dentro para fora’. Na etapa de construção o Rio Ave procurou sempre atrair o Porto, a pressionar alto no terreno de jogo, com o objetivo de utilizar o espaço nas costas dos centrais portistas. 

2 . Acontecimentos

A pressão defensiva do Porto num bloco alto, dificultou a saída curta da equipa de Luís Freire. Guga e Amine não tiveram ligação, e isto levou a que o Porto recuperasse a bola, por via aérea. O Porto, permitiu a primeira oportunidade de golo, num erro individual de Pepe na etapa de construção – passe na diagonal para corredor central. O entusiasmo do Rio Ave, em determinados momentos, equilibrou o jogo. Um dos aspetos fundamentais na fase ofensiva portista foi a maturidade de Nico. Em situação de posse de bola, foi uma ajuda importante para calibrar o setor médio face à saída inesperada de Otávio. Taremi recuou no terreno, para criar situações de superioridade numérica, deixando Toni Martínez por vezes sozinho e sem apoio. As condições climatéricas, conforme é usual, prejudicaram em ambas as partes a equipa que jogava contra o vento. O Porto cresceu com o decorrer do jogo e Pêpe não aproveitou a melhor oportunidade da primeira parte. 

3. 2.ª parte

A segunda parte iniciou a favor do Rio Ave, que chegou à vantagem através de um penálti. Este acontecimento alterou o estado anímico das equipas. As substituições realizadas por Vítor Bruno, proporcionaram maior capacidade na realização de princípios específicos ofensivos, como a mobilidade – desmarcações que visam a profundidade nas costas da linha defensiva, e espaço sem bola – que consiste nas movimentações à frente da linha da bola. As oportunidades sucederam-se, mas por demérito próprio, o resultado manteve-se inalterado até perto do final. O desespero para chegar à igualdade, levou ao risco máximo, com as entradas de Fran Navarro, André Franco e Gonçalo Borges. 

4. Desequilibrar 

O Porto conseguiu a reviravolta perto do final do jogo. O 2.º golo foi obtido a partir de um esquema tático usual da equipa portista, e outras equipas europeias – onde faltam interpretação à defesa do Rio Ave. Os reforços que ‘entraram’ durante o jogo, demonstraram a sua qualidade individual, resolvendo os problemas encontrados durante a primeira parte. O Rio Ave, recuou muito no terreno, e não demonstrou ousadia nas transições ofensivas. Outro dos aspetos menos positivos do Rio Ave foi a incapacidade de criar vantagem numérica em corredor lateral, nos quais o Porto sempre teve dificuldades, nos últimos jogos. O principal destaque vai para o coletivo do Porto, que mostrou ser muito equilibrado em todos os momentos do jogo, não possibilitando ao adversário sequências positivas recorrentes. O secundário destaque vai para o guarda-redes do Rio Ave, Magrão, o qual anulou o empate ao Porto durante a 2.ª parte.