Estádio do Bolhão: ‘Díaz’ negros que se anunciavam

Onde começa e acaba desgraça financeira da SAD? Na realidade, nunca acabou

Os que pactuaram com o comunicado mentiroso a negar incumprimento do ‘fair play’ financeiro da UEFA por parte do FC Porto saem do clube sem um pingo de dignidade. O resultado aí está: multa choruda de €1,5 milhões e risco de exclusão das competições europeias se a SAD não cumprir os requisitos de solvência nas épocas 2024/25 e 2025/26.

Pinto da Costa andou uma semana a tirar um papel amarrotado do bolso, deixando cair moedas e chaves de casa ao chão, para explicar aos sócios que o FC Porto não incumpriu coisa nenhuma. A custo, na entrevista que deu ao Porto Canal dois dias antes das eleições, admitiu «poder haver multa.» Assim, vagamente. Fê-lo porque percebeu que o fim de ciclo estava próximo e a derrota nas urnas era inevitável – sem nunca imaginar a expressão que teria o desfecho do ato eleitoral.

Onde começa e acaba a desgraça financeira do FC Porto? Na realidade, nunca terminou, nem quando em junho de 2023 a UEFA anunciou que o FC Porto atingira o objetivo acordado em relação às regras do ‘fair-play’ financeiro no ano fiscal de 2022. Foi justamente nesse ano, em janeiro, que a SAD vendeu à pressa Luis Díaz ao Liverpool, por €45 milhões, mais €15 milhões em variáveis, quando tinha dívidas até ao pescoço e os cofres cobertos de teias de aranha.

Ou seja, a SAD não aprendeu nada. Manteve a mesma linha de gestão que, passados dois anos, tem como consequência multa  e a ameaça de exclusão das provas da UEFA. «Os adeptos não vão ao museu para ver extratos bancários», proclamava PC. Pois não. Os adeptos querem troféus, mas sabem que um clube frágil perde competitividade. Se durante anos não sabiam ou não quiseram saber, ganharam essa consciência a 27 de abril. É um despertar duro, menos para os que saem do FC Porto de bolsos cheios.

1 abril 2024, 22:28

Pinto da Costa: «Não vamos cair no 'fair-play' financeiro»

Garantia de Pinto da Costa à SIC