Sporting vence o FC Porto e é o novo campeão nacional!

ANDEBOL25.05.202420:03

Leões impedem o penta dos dragões

Não foi apenas um título.

O Sporting sagrou-se campeão nacional, depois de cinco anos de domínio do FC Porto. E foi precisamente diante do rival que o leão rugiu na hora de celebrar uma conquista que esteve a ser pacientemente cozinhada nos últimos três anos.

Sim, foi preciso esperar dois anos para que os sinais de crescimento que todos reconheciam a esta tão jovem equipa se traduzissem no título mais apetecido. Foram precisas três derrotas por um nos quatro primeiros jogos com o FC Porto desde a chegada de Ricardo Costa. E ter paciência.

Para, neste sábado, estourar as garrafas de champanhe e celebrar, depois de vencer por 35-33, num jogo que foi imagem perfeita do que aconteceu esta época.

É que nos 60 minutos de jogo, quando parecia que nada poderia impedir o Sporting de ser campeão, com o marcador a mostrar cinco e seis golos de vantagem por largos minutos da segunda parte, o FC Porto voltou a mostrar que não é por acaso que tem dominado o andebol nacional nos últimos anos.

Depois de ter ficado sem Daymaro Salina, expulso por agressão a Mamadou Gassama ainda antes de estarem cumpridos cinco minutos; depois de, mesmo sem o capitão, ter estado na frente do marcador durante a primeira metade da 1.ª parte, e ter visto depois os leões dispararem para cinco golos de vantagem ao intervalo (18-13); após não ter conseguido reduzir essa diferença antes dos 10 minutos finais e até ter visto o Sporting chegar aos sete de vantagem... Depois de tudo isso, o FC Porto perdia por apenas um a 30 segundos do final.

Mas não foi suficiente.

E não bastou porque do outro lado, num dia em que Kiko Costa esteve desastrado — marcou apenas um golo —, Salvador Salvador agarrou com tudo a possibilidade de erguer o troféu de campeão com 22 anos.

O menino que é capitão do Sporting desde os 19 foi uma muralha defensiva e mesmo tendo poucas oportunidades para jogar no ataque organizado... foi o melhor marcador do jogo. Salvador marcou nove golos, muitos deles em transição, o que também ajuda a resumir a exibição da equipa de Ricardo Costa: ganhou o jogo na defesa e na forma como explorou o contra-ataque e o contra-golo, diante de uma equipa mais pesada. E o capitão foi o intérprete perfeito, ele que saiu a quatro minutos do final lesionado — há final-four da Taça de Portugal no próximo fim de semana! — nos braços dos companheiros... depois de ter levado a equipa às costas durante grande parte do jogo.

Mas também houve Martim Costa. Mesmo com algumas dificuldades físicas, o mais velho dos manos Costa marcou sete golos, alguns deles nas fases de maior aperto do FC Porto. E houve Moga, Edmilson e Edy Silva a erguerem um muro num dia em que os guarda-redes estiveram mais apagados. Resumindo, houve uma equipa. Uma equipa motivada por uma época praticamente perfeita. E só um grupo assim poderia resistir a um FC Porto ferido, mas feito de campeões e que foi um rival que caiu de pé.

Por isso, não: não foi apenas um título.