Portugal quer injetar jogadores na base da Seleção
Fotografia FPR

Portugal quer injetar jogadores na base da Seleção

RÂGUEBI01.02.202401:04

Lobos atacam Europeu 2024 com caras novas e já a pensar em 2027. João Mirra explica porquê. Sábado Portugal defronta a Bélgica em Bruxelas

Portugal tem um propósito para o Europe Championship 2024 (REC), competição de oito seleções divididas em dois grupos que arranca este sábado. «Este ano temos o objetivo claro de ficar entre os quatro primeiros e ir às meias-finais», revelou a A BOLA o treinador João Mirra em pleno CAR Jamor, nos preparativos da deslocação dos lobos à Bélgica para a jornada inaugural.

Entre os 36 jogadores pré-convocados, que serão reduzidos a 23 para os jogos, há caras novas e velhos nomes que remetem para o Mundial França-2023. «A base está feita. Nunca perdendo a competitividade, em ter essa base, mas também, temos de perceber que o nosso pensamento é no próximo Mundial», avisou ao relembrar que o apuramento para o campeonato do mundo Austrália-2027 nascerá do REC dos dois anos seguintes. 

«Temos de ter consciência que é preciso injetar novos jogadores também para pôr em causa os que cá estão e para termos esses jogadores em ação próximo Mundial», frisou o adjunto do ex-selecionador Patrice Lagisquet, atualmente integrado no organigrama no qual pontifica o trio de consultores cedidos pela World Rugby, liderado pelo ex-selecionador da Argentina, Daniel Hourcade, ladeado por Esteban Meneses (Uruguai) e Rodolfo Ambrósio (Brasil). Todos responsáveis por treinarem os lobos enquanto a federação portuguesa procura o sucessor de Lagisquet.

«Provavelmente, se calhar temos de deixar alguns jogadores que podiam dar um rendimento no imediato mais elevado, mas se calhar, daqui a três anos, não vão estar no auge», considerou Mirra.

À imagem da campanha para o Mundial-2023, mantém-se a tónica de convocatória de lusodescendentes e jogadores que saíram de Portugal para os campeonatos franceses. «Vamos tentar uma gestão harmoniosa com os clubes para não fazer algo que já criticámos no passado e temos a obrigação de tentar fazer diferente e melhor», apontou. 

E avança na explicação. «É não meter os jogadores em causa e sob pressão entre federação e clube. Obviamente, a FPR tem direitos, estamos a jogar numa janela internacional, mas, se pudermos fazer de forma que os jogadores não sofram — entre muitas aspas — nos clubes deles, preferimos», esclareceu. 

Europe Championship 2024 - Grupo B

Bélgica-Portugal, Bruxelas, sábado (19h)
Portugal-Polónia, 10 de fevereiro, Estádio Nacional (19h)
Roménia-Portugal, 17 de fevereiro, em Bucareste (14.30h)

Meias-finais: 2 e 3 de março
1.º do Grupo A-2.º do Grupo B (vencedor joga em casa)
1.º do Grupo B – 2.º do Grupo A (vencedor joga em casa)

Grande final: 17 de março, Estádio Jean Boudin, Paris

«Nos últimos dois anos, houve períodos em que os clubes não estavam obrigados a ceder os selecionados e cederam. Agora, achamos que, nunca pondo em causa a competitividade, devemos fazer essa gestão e esse equilíbrio», finalizou João Mirra.