Benfica soma nova derrota: ‘pormaiores’ de jogar a Champions

Águias perdem quinto jogo em cinco na Liga dos Campeões, apesar de boa réplica caseira ao Berlim

O Benfica somou a quinta derrota em cinco jogos na Liga dos Campeões, e do desaire frente ao Berlim Recycling Volleys, por 1-3 (22-25, 22-25, 25-22 e 24-26), fica-lhe o parco consolo de ter vencido o segundo set na competição, em que ocupa posição afundada no grupo com zero pontos. Da partida na Luz, perante adversário extremamente competitivo que lhe impusera, na Alemanha, resultado a zero (3-0), a equipa encarnada poderá retirar igualmente ténue satisfação do equilíbrio dos parciais, fruto de réplica meritória.

Em antevisão ao jogo, o treinador das águias Marcel Matz frisou que a diferença entre equipas na Champions não tem a ver primeiramente com a qualidade dos jogadores, mas com a experiência europeia e o andamento conferido pela competitividade na liga do país, e será o que falta para o Benfica descolar. Porque, do ponto de vista técnico e tático, os campeões nacionais mostram apuro individual e não menor coletivo.

Mas peca nos pormenores - que na Champions tornam-se pormaiores. E acentuam-se nos momentos cruciais, as fases finais dos sets - porque durante não se vislumbram discrepâncias tão determinantes para os adversários. Vide ontem: os benfiquistas disputaram todos os sets perdidos até aos 22 pontos e o último até às vantagens (24), mas faltou sempre qualquer coisa, como no quarto e decisivo parcial, que teve na mão aos 24-22 e deixou escapar entre os dedos.

Jogadores como Pablo Natan, melhor pontuador do jogo com 17 ações concretizadas, e um dos melhores na receção, senhor de exibição à dimensão de Champions, ou Tiago Violas, exímio no serviço e no bloco, são dois exemplos do valor que há no plantel.  

Mas não chega. Contra a homogeneidade da formação germânica, com um par de enormes pontuadores, Sotola (16) e Carle (13), e ainda os mais eficazes blocador (Tammemaa) e servidores (Tille), que com uma série ações destas deram a volta ao derradeiro set, fechando o jogo. O Berlim conquistou onze pontos no bloco contra sete do Benfica e cinco com ases e apenas um das águias.

Matz poderá ter razões para otimismo pela minimização de erros não consentidos que deram pontos ao oponente (23 vs. 28) e na eficácia dos ataques que resultaram em pontos (54), poucos menos do que o do adversário (59). Mas tem muito por que continuar a trabalhar para melhorar o todo, já que é deste que sobressaem os pormenores, ou os pormaiores.