Volta ao Algarve: Remco Evenepoel faz 'tri' e entra para a história
Daniel Martinez vence no Malhão a sua segunda etapa na Volta ao Algarve 2024

Volta ao Algarve: Remco Evenepoel faz 'tri' e entra para a história

CICLISMO18.02.202415:49

Belga da Soudal Quick-Step conquista pela terceira vez a Volta ao Algarve, igualando o português Belmiro Silva no palmarés da corrida. Daniel Martinez ganhou a última etapa no Malhão e faz 'bis' nesta edição

Remco Evenepoel venceu a 50.ª edição da Volta ao Algarve, ao classificar-se na segunda posição na quinta e última etapa da corrida, este domingo, com final no Alto do Malhão e vencida por Daniel Martinez.

O colombiano da BORA-hansgrohe, repetiu a vitória no Alto da Foia e também após bater Evenepoel no sprint final em subida. Martinez cortou a meta com o mesmo tempo do belga da Soudal Quick-Step, que ganha a Algarvia com 43 segundos sobre o seu carrasco em dois finais de etapas. 

Na terceira posição na tirada de 165,8 quilómetros, que teve partida em Faro, ficou o britânico da INEOS Grenadiers, Tom Pidcock, a três segundos de Martinez.

António Morgado (UAE Emirates) foi o melhor português em prova, na 10.ª posição da geral, a 2.09 minutos de Evenepoel, após ter sido 8.º na derradeira etapa, a apenas 24 segundos.

Remco Evenepoel, com a terceira vitória na Volta ao Algarve (2020, 2022 e 2024), iguala no palmarés da corrida o corredor português Belmiro Silva (1977, 1981 e 1984). 

Era previsível e aconteceu. A Visma montou uma estratégia para ainda tentar destronar Remco Evenepoel da liderança da Volta ao Algarve. O contrarrelógio de Albufeira não correu como a formação neerlandesa certamente pretendia, com Van Aert, principalmente, a perder mais tempo para o compatriota rival da Soudal Quick-Step do que seria expectável, mas ainda assim tanto o velocista (1.18 minutos) como o norte-americano Sepp Kuss, e principalmente o esloveno Jan Tratnick (1.12m), estavam com uma desvantagem que poderia fazer perigar a camisola amarela de Evenepoel.

Por isso, a pouco mais de 30 quilómetros da meta, na subida de Alte, Wout van Aert atacou do pelotão e rapidamente ganhou avanço, apesar dos esforços da equipa Soudal na perseguição. Em seguida, o belga teve o auxílio de um companheiro de equipa que integrava a fuga do dia e consolidou uma vantagem que ao atingir quase 1.30 minutos ameaçava desde logo Evenepoel.

Na primeira passagem pelo Malhão, Van Aert destacou-se do grupo de fugitivos, numeroso, com o irlandês Ben Healy (EF Education EasyPost), 6.º da geral a 1.20 m de Evenepoel.

No entanto, a Soudal passou a dispor da colaboração da BORA-hansgrohe, que via perigar a segunda posição de Daniel Martinez, e reduziu significativamente a distância para o grupo de Van Aert e Healy.

No sopé da segunda e última (e decisiva) ascensão ao Malhão, o diminuto grupo perseguidor tinha quase alcançado os fugitivos, em que Ben Healy passava a ser o único resistente, agora apenas com o objetivo de vencer a etapa. Todavia, a perseguição da BORA, pelo colombiano Sergio Higuita, acabou com a pretensão do irlandês.

Ficava tudo em aberto para o triunfo na etapa, uma vez que Remco Evenepoel mantinha-se firme entre os primeiros e as diferenças que se fizessem não seriam suficientes para desapossá-lo da amarela.

Foi um grupo de sete corredores que discutiu a vitória no Alto do Malhão. Simone Velasco (Astana), Sepp Kuss (Visma) ainda lançaram ataques, mas sem êxito. E no sprint final, Daniel Martinez bateu Remco Evenepoel, à imagem do que fizera no Alto da Foia, na segunda etapa.