«Janelas noturnas» e falta de laboratórios: como os ciclistas escapam a controlos antidoping
Período entre as 23.00 e as 6.00 é propício a uso de substâncias ilícitas
O mundo do ciclismo tem sido afetado por vários casos positivos de dopagem, mas ainda assim há formas de os ciclistas escaparem aos testes de controlo. O jornal espanhol Marca revelou algumas das 'estratégias' que os corredores usam para não acusarem positivo a substâncias ilícitas.
A primeira referida são as chamadas 'janelas noturnas', que compreende o período da noite entre as 23.00 e as 6.00, precisamente as horas em que as autoridades têm dificuldade em testar os desportistas, devido a questões de privacidade, protegidas por lei. Desta forma, os mesmos podem usar este espaço temporal para recorrerem a substâncias dopantes, isto porque, segundo a mesma publicação, estas têm uma duração máxima de oito horas de vida no corpo.
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«[Os ciclistas] Dispõem de estudos em que sabem quanto tempo a substância dura no organismo e isso significa que, por exemplo, os médicos podem 'prescrever' uma substância às 23.01 para que, às 6.00, já não haja vestígios no organismo», pode ler-se na notícia.
Refira-se que a Union Cycliste Internationale (UCI) só pode fazer testes noturnos com autorizações especiais, que estejam justificadas por sérias suspeitas de conduta ilegal.
Abuso da falta de laboratórios
Outra forma evidenciada deve-se à falta de laboratórios aprovados pela Agência Mundial Antidoping que consigam analisar as amostras recolhidas para verificar se os ciclistas utilizaram ou não dopantes. O melhor exemplo dado é o facto de apenas haver um destes laboratórios na América do Sul, no Rio de Janeiro. Assim, «é impossível que uma análise bem feita chegue nas 48 horas - prazo máximo em que esta é válida -, se for enviada de outros países como a Colômbia, a Argentina ou o Equador». De acordo com o mesmo jornal, o mesmo se aplica para os continentes de África e Europa.