Aquatics Integrity Unit aprova recandidatura de António José Silva à European Aquatics
Eleição acontecerá este sábado e o ainda presidente da federação de natação conta que vai a votos, sendo candidato único. Alexandra Jorge também recebeu a resposta da AIU e diz estar tranquila pois apenas pediu um esclarecimento, não que lhe dessem razão
«Tal como havia referido na entrevista a A BOLA, só continuaria com a minha recandidatura à European Aquatics se a Aquatics Integrity Unit confirmasse essa integridade como candidato elegível. Foi o que aconteceu. Esta decisão completamente independente da Unidade de Integridade da World Aquatics, que consultou todas as partes e documentos que lhe foram enviados, prova, inequivocamente, que o IPDJ tomou uma decisão errada, o que deforma o carácter político e persecutório do processo», declarou António José Silva após ter sido contactado por A BOLA para comentar a conclusão da apreciação daquele departamento da federação internacional para que mantivesse a recandidatura à presidência.
Eleição que decorrerá sábado, na Grécia, e para a qual surge como único concorrente a um segundo mandato à federação europeia. Recorde-se que António José Silva foi considerado culpado num inquérito instaurado pelo IPDJ por ter feito um negócio jurídico com a federação que lidera. Facto que levou a tutela a determinar, na passada semana, que terá de ser destituído em assembleia geral extraordinária da liderança da federação de natação, onde cumpre o último ano do terceiro mandato, sob pena da FPN perder o estatuto de utilidade pública se não o fizer e com isso ficará privada dos apoios do Estado.
A decisão da AIU, é justificada ao longo de quatro páginas, a que A BOLA teve acesso, assim como aquela que foi enviada pelo mesmo organismo a Alexandra Jorge. Ex-secretária da mesa da assembleia geral da FPN que despoletou o inquérito que veio a ser criado pelo IPDJ e também fez chegar os mesmo documentos, assim como a decisão do IPDJ, tanto à EA e os seus delegados, como à WA e AIU, solicitando um pedido de esclarecimento se havia alguma violação do código de ética e transparência. A conclusão está assinada por Mac Cavaliero, chefe de ética e diretor conformidade da Aquatics Integrity Unit.
Depois de responder individualmente aos sete pontos apresentados por Alexandra Jorge através de documentos, a AIU, na pessoa de Cavaliero, lê-se:
«Como tal, fica determinado que o Sr. Silva não violou quaisquer Regras de Integridade em relação a esta afirmação.
Tendo em consideração o seguinte, nesta fase, nenhuma ação adicional será tomada em relação a este assunto. Dito isto, o CECO reserva-se o direito de rever esta avaliação caso novas evidências ou informações sejam recebidas no futuro.
Obrigado pela sua colaboração neste assunto e permaneço à sua disposição para alguma pergunta».
No entanto, na primeira página do documento da AIU, pode ler-se que muitos documentos entregues não estavam traduzidos para inglês, como é obrigatório segundo as normas do organismo, mas que foi feito «o nosso melhor para entender o seu conteúdo» antes de serem analisados.
«Recebi ontem a resposta. Eles, habilidosamente, dizem que é uma reclamação, quando nunca reclamei. Apenas pedi um esclarecimento, tanto que o nome do assunto do e-mail que enviei era: ‘O que se passa em Portugal’. Nunca reclamei nada», reafirmou Alexandra Jorge.
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«Só pedi àquele departamento se havia alguma violação do código de ética e transparência», vai justificando. «Houve um primeiro e-mail que enviei com os documentos todos traduzidos, mas depois pediram-me uma série de outras coisas em que era difícil fazer o mesmo porque também tenho a minha vida profissional, sou mãe, filha, mulher e profissional. Portanto, não tinha hipótese de o fazer para uma grande quantidade de documentos. Disse-lhes exatamente isso».
«Mas o que interessa era que estava preparada para qualquer tipo de resposta. Não os enviei para saber se tinha razão ou não. Pedi que investigassem. Porém, saltou-me logo duas coisas à vista: uma, que eles, repetidamente, dizem que o António José Silva teve sempre o aval ou consentimento por parte da direção [da FPN]».
«A outra, é a salvaguarda que se existirem mais provas farão uma reanálise do processo. Estou muito tranquila e perfeitamente recetível a qualquer tipo de resposta. Só pedi para me esclarecerem, não para me darem razão. Uma coisa é a minha opinião, outra são os factos. As pessoas têm que saber distinguir», conclui Alexandra Jorge.