Villas-Boas apresenta Zubizarreta e Jorge Costa: «As pessoas certas nos lugares certos»
Jorge Costa e Zubizarreta apresentados por Villas-Boas (Foto: Só há um Porto!)

Villas-Boas apresenta Zubizarreta e Jorge Costa: «As pessoas certas nos lugares certos»

NACIONAL18.04.202419:11

Espanhol é o diretor desportivo do candidato e o antigo capitão do FC Porto o diretor do futebol profissional; Pedro Silva escolhido para diretor da performance

André Villas-Boas apresentou esta quinta-feira, na sua sede de campanha, a estrutura do futebol profissional que propõe para o FC Porto, com destaque para Andoni Zubizarreta, que assumirá a direção desportiva, e Jorge Costa, antigo capitão dos azuis e brancos, figura histórica do clube e treinador do AVS, da Liga2, designado para o cargo de diretor do futebol profissional. Sob a alçada de Zubizarreta surge ainda o nome do diretor da performance, Pedro Silva.

Nascido em Vitória-Gasteiz, Zubizarreta, de 62 anos, foi um dos melhores guardiões espanhóis, com presença em quatro Mundiais seguidos (1986, 1990, 1994 e 1998) e dois Europeus (1988 e 1996), somando 126 internacionalizações pela Espanha. Começou a experiência na direção desportiva no Athletic Bilbao, entre 2001 a 2004, transitando em julho de 2010 para diretor desportivo do Barcelona, rendendo Txiki Begiristain. Até 2015, altura em que saiu do Barça na sequência de um castigo aplicado ao clube pela FIFA, e mais tarde ratificado pelo Tribunal Arbitral do Desporto (TAD), devido a irregularidades na contratação de futebolistas menores, foi um dos responsáveis pela conquista da quinta Liga dos Campeões do Barcelona, após a vitória dos culés por 3-1 sobre a Juventus, em Berlim, em junho de 2015. No ataque estava uma tripla que fez história: Messi, Neymar e Luis Suárez. André Villas-Boas e Andoni Zubizarreta trabalharam juntos de 2019 a 2020, por ocasião da passagem do antigo treinador do FC Porto pelo Marselha. Foi no clube do sul de França que cavaram uma amizade duradoura e uma cumplicidade que os leva a estarem juntos de novo, desta vez integrados na lista B que quer terminar com 42 anos de consulado de Pinto da Costa.

Jorge Costa dispensa apresentações para os portistas. É o eterno ‘Bicho’, um dos capitães mais carismáticos da história do FC Porto. Campeão do mundo de sub-20, em 1991, vencedor da Liga dos Campeões e da Taça Intercontinental, em 2004, e da Liga Europa, em 2002/2003, juntou a esses títulos pelo FC Porto oito campeonatos, cinco taças de Portugal e cinco Supertaças. Dos 530 jogos que disputou como profissional, 383 foram ao serviço dos azuis e brancos. Foi ainda 50 vezes internacional por Portugal e é atualmente treinador do AVS, na Liga 2.

Pedro Silva, 45 anos, é mestre em treino de alto rendimento e doutorado em Ciências do Desporto, e esteve com André Villas-Boas quando o agora candidato às eleições do FC Porto orientou Zenit, Shanghai SIPG e Marselha.

«Hoje celebramos a chegada de duas pessoas a este projeto que souberam honrar e dignificar os seus Clubes de Coração como poucos o conseguiram fazer. Hoje, nesta sede de campanha, graças a eles e perante vós, respiramos Cultura de vitória, esforço, transcendência, dedicação, suor e entrega à causa. Sendo exemplares, tornaram-se capitães, símbolos de clube e ídolos de uma geração, deixando um legado singular e único de vitórias sem igual. Tudo ganharam nas suas carreiras, e estou seguro de que neste novo FC Porto, que no dia 27 de abril se levantará, ajudarão, e muito, o FC Porto a tudo conquistar», disse André Villas-Boas, no discurso de apresentação da estrutura do futebol profissional da lista B.

«Hoje, como nunca, temos necessidade de rapidamente centralizar uma metodologia de formação, estabelecer rapidamente uma Cultura formativa que nos permita fornecer a equipa principal de talento, de jogadores com um forte sentido de pertença ao Clube e talento inegável. Para que isso aconteça, não pode haver medo de os chamar precocemente à equipa principal, orientando o clube para a criação de uma cultura de formação à imagem de outros grandes clubes europeus como o são, entre outros, o Barcelona e o Ajax», juntou o candidato.

«A liderar toda a estrutura do Futebol estará a figura do Diretor Desportivo, Andoni Zubizarreta, garantindo assim uma visão alargada e uma tomada de decisão mais ágil e eficaz. Sob a alçada do diretor desportivo, surgem cinco pilares fundamentais: o diretor do futebol profissional, Jorge Costa, o diretor de scouting, o diretor da formação, o diretor da performance, Pedro Silva, e o Diretor do futebol feminino. Cada um destes responsáveis irá zelar, respetivamente, pela identificação de novos talentos, pela formação integral dos nossos jovens e pelo rendimento ótimo dos Atletas, assegurando que o jogador criado, formado ou que faz parte do FC Porto se distingue pela sua qualidade inequívoca e pela capacidade de trazer mais vitórias para o clube e para a sua sustentabilidade financeira, elevando e valorizando a marca FC Porto e o sentido de pertença», defendeu.

«Cada um destes responsáveis irá zelar, respetivamente, pela identificação de novos talentos, pela formação integral dos nossos jovens e pelo rendimento ótimo dos Atletas, assegurando que o jogador criado, formado ou que faz parte do FC Porto se distingue pela sua qualidade inequívoca e pela capacidade de trazer mais vitórias para o clube e para a sua sustentabilidade financeira, elevando e valorizando a marca FC Porto e o sentido de pertença. Este modelo organizacional reflete a complexidade do futebol atual, respondendo às exigências do mesmo, com o conforto de ter as pessoas certas nos lugares certos. Andoni Zubizarreta, candidato a Diretor Desportivo do FC Porto, alguém que se distinguiu como jogador, alguém que conhece, estuda e pensa o futebol. Obstinado pelo jogo, mas com plena consciência da importância da construção do atleta e da estrutura que o forma. Vem de uma escola reconhecida por esse trabalho, implementou esse seu conhecimento noutros clubes, e hoje está aqui porque se identifica muito com o que somos. Fruto de termos trabalhado juntos, partilhamos a mesma visão para a construção de uma estrutura dinâmica, criação de cultura desportiva, formação, estratégia e planeamento», sinalizou Villas-Boas. 

O discurso completo de André Villas-Boas

«Hoje celebramos a chegada de duas pessoas a este projeto que souberam honrar e dignificar os seus Clubes de Coração como poucos o conseguiram fazer. Hoje, nesta sede de campanha, graças a eles e perante vós, respiramos Cultura de vitória, esforço, transcendência, dedicação, suor e entrega à causa. Sendo exemplares, tornaram-se capitães, símbolos de clube e ídolos de uma geração, deixando um legado singular e único de vitórias sem igual. Tudo ganharam nas suas carreiras, e estou seguro de que neste novo FC Porto, que no dia 27 de abril se levantará, ajudarão, e muito, o FC Porto a tudo conquistar.

Estes são os Valores que devem estar sempre presentes em todos aqueles que representam o FC Porto. Uma cultura de exigência que se transmite de sócio para sócio, de jogador a jogador, de atleta para atleta e que encontra na Estrutura do Futebol pessoas que são os expoentes máximos desses Valores.

Sendo exemplares, tornaram-se capitães, símbolos de clube e ídolos de uma geração, deixando um legado singular e único de vitórias sem igual. Tudo ganharam nas suas carreiras, e estou seguro de que neste novo FC Porto, que no dia 27 de abril se levantará, ajudarão, e muito, o FC Porto a tudo conquistar!

Minhas senhoras e meus senhores, estou imensamente honrado, orgulhoso e agradecido de poder contar com estas duas pessoas no meu projeto. Por isso, peço-vos uma grande salva de palmas para Andoni Zubizarreta e Jorge Costa.

Como tenho vindo frequentemente a dizer, o coração da nossa Instituição, bem no centro do nosso Escudo, é a sua área Desportiva. O mesmo faz mover a Instituição e será o garante da continuidade da sustentabilidade do clube enquanto clube de Associados.

Assumindo desde logo essa importância, foi esta a área que começámos a alicerçar desde cedo, estabelecendo o organigrama que deve ser o pilar de organização de um clube de futebol de Elite europeu, respeitador do seu legado, mas que acorda de uma letargia sem precedentes para se refundar na força que outrora tinha.

Há factos que são bem ilustrativos e que nos deixam preocupados, e que são um fator evidente de uma estrutura disfuncional. A falta de planeamento ao longo dos anos resultou em inúmeras saídas de jogadores profissionais da Equipa Principal a custo zero; em inúmeras contratações de jogadores na equipa A e na equipa B de valor dúbio e em contraponto com as necessidades dos seus treinadores; o uso permanente de determinados clubes e determinados intermediários como entreposto de negociação, significando que o FC Porto, em seis anos e meio de vendas de jogadores e com receitas no valor de 500 milhões de euros com essas vendas, tenha encaixado apenas 10 por cento desse valor, 50 milhões de euros, o que, comparando com os nossos rivais que tiveram encaixes na ordem dos 36 por cento e 46 por cento, ainda mais nos envergonha.

A tudo isto, não só acrescem negócios simulados entre clubes com a intenção de forjar mais-valias, como também uma política de contratações desastrosa, sem rei nem roque, e onde a autoridade do Clube se dissipou a favor dos interesses de determinados agentes e/ou intermediários.

O contágio passou para a formação, onde os nossos juniores não são campeões há mais de cinco anos, os nossos juvenis há 12, e onde temos vindo a ser ultrapassados por clubes de menor dimensão e recursos, não só no campo desportivo como no infraestrutural.

Virando o foco para a formação, nas últimas seis épocas e meia, o FC Porto realizou vendas de jogadores de cerca de 180 milhões de euros. Em média, pagou 24 por cento de custo de comissões e intermediação na venda desses jogadores, o que contrasta com os seus rivais que gastam em média cerca de 10 por cento. Caso o FC Porto tivesse gerado receitas e margem ao nível dos rivais, teria gerado entre cerca de 120 milhões a 180 milhões de euros a mais de resultados, ou seja, poderia ter pago três academias / centros de alto rendimento nesse período.

Hoje, como nunca, temos necessidade de rapidamente centralizar uma metodologia de formação, estabelecer rapidamente uma Cultura formativa que nos permita fornecer a equipa principal de talento, de jogadores com um forte sentido de pertença ao Clube e talento inegável. Para que isso aconteça, não pode haver medo de os chamar precocemente à equipa principal, orientando o clube para a criação de uma cultura de formação à imagem de outros grandes Clubes europeus como o são, entre outros, o Barcelona e o Ajax.

A excelência operacional, a adoção de uma organização com visão estratégica coesa, são fundamentais para melhor preparar o FC Porto na resposta às exigências e dinâmicas do futebol contemporâneo. E é por isso mesmo que hoje estamos aqui reunidos.

No panorama evolutivo do futebol moderno, a necessidade de inovação e estruturação torna-se premente. Com vista a reforçar a capacidade decisória e operacional do futebol do FC Porto, adotaremos um modelo organizacional ágil na decisão e centrado nos resultados.

A liderar toda a estrutura do Futebol estará a figura do Diretor Desportivo, Andoni Zubizarreta, garantindo assim uma visão alargada e uma tomada de decisão mais ágil e eficaz. Sob a alçada do Diretor Desportivo, surgem cinco pilares fundamentais: o Diretor do Futebol Profissional, Jorge Costa, o Diretor de Scouting, o Diretor da Formação, o Diretor da Performance, Pedro Silva, e o Diretor do Futebol Feminino.

Cada um destes responsáveis irá zelar, respetivamente, pela identificação de novos talentos, pela formação integral dos nossos jovens e pelo rendimento ótimo dos Atletas, assegurando que o jogador criado, formado ou que faz parte do FC Porto se distingue pela sua qualidade inequívoca e pela capacidade de trazer mais vitórias para o clube e para a sua sustentabilidade financeira, elevando e valorizando a marca FC Porto e o sentido de pertença.

Este modelo organizacional reflete a complexidade do futebol atual, respondendo às exigências do mesmo, com o conforto de ter as pessoas certas nos lugares certos. Andoni Zubizarreta, candidato a Diretor Desportivo do FC Porto, alguém que se distinguiu como jogador, alguém que conhece, estuda e pensa o futebol. Obstinado pelo jogo, mas com plena consciência da importância da construção do atleta e da estrutura que o forma. Vem de uma escola reconhecida por esse trabalho, implementou esse seu conhecimento noutros clubes, e hoje está aqui porque se identifica muito com o que somos. Fruto de termos trabalhado juntos, partilhamos a mesma visão para a construção de uma estrutura dinâmica, criação de cultura desportiva, formação, estratégia e planeamento.

Jorge Costa, candidato a Diretor do Futebol Profissional… Faltam palavras para te descrever! E como assim é, vou começar a falar como Sócio! “Bicho!” Vencedor, líder, garra, ser Porto! Respirar Porto! Tudo isso! Mas não só isso! Liderança, ensino, gestão dos jovens e dos profissionais. Acompanhamento, motivação, gestão das equipas profissionais. Todo o teu saber Porto ao serviço do FC Porto. A casa onde nunca deverias ter saído, a casa à qual regressarás.

A excelência na gestão e na operação é crucial para garantir que o FC Porto mantém a sua posição de destaque, quer em Portugal, quer também a nível internacional. Ter uma estrutura coesa, inovadora e bem definida é, sem dúvida, a chave para enfrentar e superar os desafios do futebol moderno.

Meus amigos, aproxima-se a hora da mudança. Nestas últimas semanas, temos apresentado aqui pessoas e competências que conseguimos reunir que são reveladoras da exigência, do profissionalismo, da modernidade e da qualidade de gestão que queremos trazer para o Futebol Clube do Porto. Que não tenham dúvidas! Vamos ganhar!  Só Há um Porto! Viva o Futebol Clube do Porto!