Ucranianos ‘naifs’
Galeno esteve em destaque nos portistas. FOTO IMAGO
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O MISTER DE A BOLA: Ucranianos ‘naifs’

NACIONAL14.12.202319:15

João Alves analisa o FC Porto-Shakhtar Donetsk

1. O ouro ao bandido

Ficou bem patente neste jogo de fecho da fase de grupos da Liga dos Campeões é que de um lado tivemos uma equipa muito experimentada, com muito traquejo, um conjunto adulto a jogar contra uma equipa naif, de esperanças, mas muito puritana no jogo. Logo nesse aspeto, uma enorme diferença entre os dois conjuntos logo. O Shakhtar Donetsk tentou sempre sair jogar de trás, desde a sua linha defensiva, num claro exagero que como diz o ditado usado na gíria do futebol «entregou o ouro ao bandido». Aliás, este romantismo alastrou-se a quase  todos os lances do jogo, inclusivamente um dos golos que os ucranianos marcaram (o 4-2) resultou duma jogada naif, com Marco Grujic a tentar sair a jogar de trás, a perder a bola e a colocar a sua equipa em perigo, pois falhou e os ucranianos ficaram em vantagem numérica no último terço.

2. Estratégia portista

A estratégia do FC Porto passou por quando esteve empatado pressionar à saída da área e quando em vantagem atrás da linha da bola, numa demonstração que sabe tudo do jogo.Pelo meio, houve a jogada do empate (1-1) que é um erro do árbitro auxiliar pois levanta a bandeirola mas os jogadores do FC Porto não estão isentos de pecado ao pararem -- num jogo em Portugal cairia o Carmo e a Trindade. É uma boa maneira de refletir sobre a arbitragem que temos em Portugal porque erros cometem-se em toda a parte. Os dispositivo tático dos dragões assentou no habitual 4x4x2 habitual com os quatro da frente muito fortes e Alan Varela já muito adaptado ao futebol que se joga na Europa e começa a ser muito influente. Pepe é fundamental nos dragões os quatro da frente são quarteto que durante o jogo desequilibrou. A equipa ganhou com Zaidu, esquerdino nato. Foi o jogo de que mais gostei , mostrou a mais solta até agora. Da parte do Shakhtar tem grandes talentos mas é demasiada romântica. Zubkov impressionou-me, mas,o conjunto defensivamente é muito vulnerável, Do meio-campo para a frente tem excelentes valores individuais mas desajustado daquilo que foi o Shakhtar num passado recente, 'pagando' pela insistência no seu estilo de jogo. Não foi preciso de muito para o dragão perceber que se pressionasse em zona alta do terreno e ganhasse a bola criaria mossa na equipa ucraniana.

3. Reentrada para resolver

Boa entrada do FC Porto na segunda parte para resolver o jogo, com os dragões a recuperarem bolas no último terço do campo. Galeno a fazer uma grande jogatana, tal como Taremi. O golo de Francisco Conceição após mais uma recuperação de bola foi mais uma demonstração da inocência do Shakhtar. O FC Porto surgiu muito forte fisicamente, muito solto e parece-me que o FC Porto está na sua melhor fase. 

4. Clássico imprevisível

O FC Porto está mais soltao com vivacidade, tal como parecem todas as equipas que estão nos quatro primeiros lugares, mas ressalta a evolução dos dragões. Por isso, o clássico de segunda-feira, frente ao Sporting, vai ser muito disputado e não me atrevo a fazer previsões. Sinceramente, para mim é uma tripla e uma interrogação completa o desfecho do encontro.