Sporting: Tudo o que disse Rúben Amorim na sala de Imprensa
Rúben Amorim elogiou equipa na goleada imposta ao Estoril (Miguel Nunes/ASF)

Sporting: Tudo o que disse Rúben Amorim na sala de Imprensa

FUTEBOL05.01.202422:10

Treinador falou sobre a dependência de Gyokeres, a substituição de Hjulmand e revelou o que deseja a Catamo, Diomande e Morita no CAN e Taça da Ásia, respetivamente

- Esta foi a melhor exibição desta temporada? O que faltou para não ter sofrido o golo já perto do final do jogo? 

- Não é bom sofrer golos, mas não acho que fosse a nossa melhor exibição, longe disso. Tivemos muito espaço, frente a uma equipa que no início fechou-se num bloco de quatro ou cinco, mas, assim que sofreu o primeiro golo começou-nos a pressionar um bocadinho mais em cima e começou a deixar homem para homem na frente. A partir daí tivemos muito, muito espaço para os nossos jogadores que fazem a diferença. Até acho que a equipa não teve a prontidão que costuma ter, e quando digo prontidão, eles correram, correram muito, mas faltava-lhes alguma genica, digamos assim. No entendimento daquilo que o jogo podia ser, escolhemos bem o momento da pressão, por vezes não conseguimos pressionar, o Estoril saiu bem, mas também sabíamos. Tirámos muita profundidade dos jogadores, como Rodrigo Gomes e o Guitane teve sempre dois jogadores à volta dele. Acho que controlámos bem o jogo, percebemos o jogo. Os jogadores estão de parabéns. Depois, com a segunda parte, foi o desenrolar de várias oportunidades, fizemos alguns golos, mas também deixámos criar alguns. Relaxámos um bocadinho, por exemplo o Geny [Catamo] levou com duas bolas nas costas, esses pequenos pormenores, acho que podemos ser melhores, daí dizer que foi a nossa melhor exibição. 

- Hoje o Gyokeres não marcou, mas fez assistências. Se se colocasse na pele do treinador de um dos colossos europeus que supostamente querem contratar Gyokeres, e têm os 100 milhões de euros para dar, mandava contratá-lo? 

-  Não posso, porque isso é muito subjetivo. O que sei é que estou muito contente com o Viktor. Mesmo não marcando, teve o mesmo impacto hoje do que no jogo em que fez três golos e isso é importante para mim. Portanto, não me meto no papel dos outros treinadores de outros clubes. O que fico é feliz por ter o Viktor. Volto a dizer, tem a sua cláusula e depois vamos ver. 

- O Trincão, antes de chegar ao Sporting, rematava muito de fora da área e marcava muitos golos, porque é que não o tem feito? 

- De de facto é um jogador com essa qualidade de marcar e rematar fora da área, talvez o jogador da nossa equipa que remata melhor fora da área e temos trabalhado isso com ele. Depois vem também da confiança, hoje o jogo estava perfeito para o Trincão e a sua capacidade de rodar com a bola, de ter mais espaço de carregar a bola, porque é muito forte. Houve duas vezes que decidiu o passe e naquela vez já tinha decidido duas vezes e foi para a baliza. Ele remata muito bem de fora da área, tem a ver com confiança, tem a ver com também o facto dele, às vezes, querer fintar toda a gente e tem a ver também com o entendimento do jogo. O que gostei foi a capacidade com que ele nos ajudou a atacar e a defender com o jogo partido, estava à sua a medida e como não vem de um período com grande confiança, alguém que entra e acertou todas as bolas assim que acertou três bolas vimos que o Trincão ia causar estragos. É este Trincão que nós precisamos e fico muito feliz, agora há que continuar, mas ele tem essa capacidade de rematar de fora da área.  

- Mesmo não tendo marcado o Gyokeres foi importante com assistências. Consegue manter aquilo que disse sobre o Sporting não ser refém do Gyokeres? Esta goleada é um bom presságio para o resto da época? Quais foram os seus desejos para este ano? 

- O que espero é não saber se a equipa está refém do Gyokeres. Mas, não sou bruxo, não sei se lhe vai acontecer alguma coisa, se o Viktor poderá ter algum problema, se vai sair, não sei. O importante para mim é não saber a resposta. Em relação aos desejos, desejo saúde para todos, o resto nós tratamos. Obviamente que queremos ganhar títulos, mas não não pedi nas passas ser campeão [risos], não é algo que peça, peça outras coisas diferentes. Quero muito ganhar títulos no Sporting. Já o disse que temos que ganhar títulos no Sporting e o resto logo se resolve no fim. Em relação ao presságio, é só mais um jogo e voltar a dizer, temos de olhar para as características deste jogo. O Estoril, principalmente na segunda parte, marcou homem a homem e isso é algo que não vamos ter muito na Liga, portanto, vamos retirar as coisas boas deste jogo, trabalhar as coisas más e preparar o próximo jogo, porque vai ter uma história completamente diferente deste.

- Mesmo depois de marcar o Sporting conseguiu aparecer muitas vezes na cara de Carné, podemos dizer que a equipa beneficiou da postura ofensiva do Estoril? 

- Sim. Obviamente que tivemos problemas, de correr mais atrás da bola, não conseguimos abafar tantas vezes a saída de bola do Estoril, agora, claro que o resultado reflete também um bocadinho aquilo que foi abordagem do Estoril e não há como esconder isso.

- Gonçalo Esteves foi hoje oficializado no AZ Alkmaar e disse que lá os jovens têm oportunidades. Vê esta afirmação como uma crítica?

- Não. É a opinião de um jogador, espero que ele seja feliz e que aproveite as oportunidades. Aqui desejámos que ele cá estivesse, agora espero que consiga fazer a carreira que achamos que ele pode pode. Não vejo como uma crítica, vejo com uma opinião de um jogador que nós quisemos muito cá que agora foi em direção de outro caminho, acontece. Portanto, desejo o melhor para o Gonçalves Esteves. 

- O Sporting tem sofrido muitos golos. Frente ao FC Porto não sofreu. Hoje, sem Coates nem Diomande, voltou a sofrer de bola parada. Está satisfeito com o processo defensivo? 

 - Acho que houve jogos em que sofremos golos e não tiveram tantas oportunidades... Estou satisfeito com todos, agora, obviamente que precisamos de todos os centrais para ter características diferentes, para mudá-los a meio. Nós mudamos muito os centrais para quê? Para podermos pressionar mais alto e, portanto, temos que fazer uma gestão de jogo diferente de acordo com as características, a velocidade do Neto é diferente da velocidade do Quaresma, etc, etc. A capacidade do Neto a defender mais baixos nos cruzamentos é diferente do Quaresma e, portanto, isso vai alterando a forma como nos posicionamos, como defendemos. Estou satisfeito porque ganhamos os jogos, mas, sinceramente, olhando para o jogo, acho que temos muito a melhorar no aspeto defensivo. 

- O Hjulmand tem cada vez mais influência na equipa. Porque saiu hoje? 

- O Hjulmand pediu-me para sair, ele estava doente, jogou, mas não estava a sentir-se bem. O Dani [Daniel Bragança] esteve muito tempo parado, teve cinco dias de cama, com bastante febre e está a recuperar essa condição física e acho que notou-se muito no jogo dele e na prontidão dos dois médios centro. 

- O Benfica é o único dos quatro grandes que não tem ninguém no CAN, acha que isso pode ter algum impacto na neste mês de Janeiro? 

- Não, não. As coisas são como são e há que aceitá-las. Sabemos que temos muitos adeptos em Moçambique, mas, sinceramente, espero que Costa do Marfim, Moçambique e Japão não cheguem às finais [risos], desejamos-lhe tudo de bom, mas que venham rápido, são jogadores que fazem falta à nossa equipa [Catamo, Diomande e Morita].

- Eduardo Quaresma repetiu a titularidade e saiu ovacionado. Estes últimos jogos ajudaram-no a ganhar uma nova vida no Sporting? 

- O Eduardo Quaresma é como todos os jogadores, ganham vidas com jogos, nos treinos e o Quaresma está a fazer pela vida. Neste jogo acho que esteve ao nível do do FC Porto, na sua capacidade de recuperar bolas e de sair com a bola. Isto foi uma grande resposta do Quaresma às palavras do treinador aqui no fim do jogo com o FC Porto [risos]e, portanto, fico muito feliz com isso. Mas, dois não chegam é preciso três, quatro, cinco... Mas, acho que o Quaresma está a crescer e tem uma capacidade muito forte no um contra um, principalmente quando temos de pressionar alto, e a capacidade de ir buscar o João Marques como médio centro digamos que foi muito importante para vencermos o jogo.