Saviola recorda o Benfica de Jorge Jesus: «Jogámos um futebol incrível»
Javier Saviola e Óscar Cardozo no Benfica, em 2010 (Imago)

Saviola recorda o Benfica de Jorge Jesus: «Jogámos um futebol incrível»

NACIONAL20.04.202418:45

Argentino recorda os tempos passados ao serviço dos encarnados, onde partilhou o relvado com Pablo Aimar e Di María, dois grandes amigos

Javier Saviola relembrou os primeiros passos que deu na equipa principal do River Plate, aos 16 anos, onde, curiosamente, partilhou o balneário com Pablo Aimar, antes de se voltarem a encontrar no Benfica:

«Éramos muito jovens, quando eu tinha 16 anos dividi o campo com o melhor parceiro que tive na minha carreira, o Pablo Aimar e essa relação era impressionante, não conseguia viver isso com outro jogador. Divertimo-nos, vivemos como se estivéssemos a brincar com os nossos amigos e não no Monumental com 80 mil pessoas. O futebol também não era tão profissionalizado, íamos a campo e experimentávamos o futebol de rua», disse, em entrevista ao Relevo.

Outro grande amigo que ganhou no mundo do futebol foi Ángel Di María, com quem também esteve nos encarnados, e o ex-futebolista comentou a possibilidade de o extremo regressar ao seu país, para representar o Rosario: «São decisões muito pessoais. Há muitas coisas em jogo, é um país que tem estado muito inseguro ultimamente, há tempos complicados, mas é o que todos querem. Tu explicas tudo isso para eles e eles ainda pegam nas suas malas e vão para a Argentina, eles querem sentir o mesmo que sentiam quando eram pequenos e outros sentem que não é o momento certo.»

O argentino esteve nas águias entre o verão de 2009 e o de 2012, altura em que foi treinador por Jorge Jesus, e o próprio recorda esses tempos com boas memórias: «Depois, no Benfica, com o Jorge Jesus, voltei a jogar com o Pablo e o Di María, e gostei muito desses anos. O FC Porto ganhava quase tudo e quebrámos a sequência, com uma equipa que jogou um futebol incrível.»

Por fim, Saviola voltou a falar da sua ligação especial com Aimar, explicando que nunca experienciou isso com outro jogador: «Ele era o melhor parceiro que eu tinha, um jogador diferente, olhávamos um para o outro e sabíamos o que o outro ia fazer, onde se posicionar, onde tínhamos de correr, era só olhar um para o outro. Eu falo sempre sobre isso e é difícil de entender, porque é muito difícil isso acontecer com outro jogador. Tentas descobrir o que os teus companheiros de equipa estão a fazer, mas tivemos um entendimento que nos permitiu saber o que o outro ia decidir. A mudança de ritmo, a forma como ele se posicionou, o Pablo teve muitas coisas espetaculares.»

«Pablo é uma pessoa muito introvertida, não gosta dos media, mas sim de manter um perfil discreto. Tudo o que ele faz no exterior, o que ele é como pessoa e profissional, ele sempre foi um exemplo, nunca se meteu em problemas e limita-se a jogar futebol. E Messi tem o mesmo jeito de ser. Leo sentiu-se confortável com a seleção, não apenas com Pablo», finalizou, comparando-o ao jogador do Inter Miami.