Rio Ave, Operação Pretoriano, justiça, clique nas exibições e Otávio: tudo o que disse Sérgio Conceição
Sérgio Conceição (Foto: IMAGO)

Rio Ave, Operação Pretoriano, justiça, clique nas exibições e Otávio: tudo o que disse Sérgio Conceição

NACIONAL02.02.202412:49

Treinador fez a projeção do encontro com o Rio Ave, onde abordou vários temas da atualidade, desde a sua renovação, Operação Pretoriano, a chegada do reforço Otávio e também o nível exibicional e dos resultados recentes do FC Porto

-- O FC Porto vem numa boa sequência de jogos e num dos melhores momentos exibicionais da época e agora vai defrontar o Rio Ave, que precisa de pontos. Como antevê esta partida? -- «É isso. Começando pelo início, acho que só faz sentido as boas exibições e resultados se amanhã já conseguirmos mais um, o que passou… passou, olhamos para consistência e solidez da equipa, que tem tido evolução boa, mas queremos manter estabilidade. O Rio Ave perdeu um jogo em 2024, contra o Benfica, onde até esteve em igualdade numérica a fazer excelente jogo, sabemos dificuldades, equipa que de forma inteligente e estratégica se apetrechou bem no mercado. Cabe-nos descobrir o melhor caminho para vencer o jogo.»

-- Como comenta a chegada do reforço Otávio? -- «É mais um defesa-central. Pode trazer o que os outros 3 nos dão, de acordo com características que tem, vem colmatar ausência que temos há 4 meses, o Marcano, devido a lesão que infelizmente lhe bateu à porta. Fazia-nos falta um quarto central para competir. Vamos entrar num ciclo de jogos com sete jogos num mês, penso eu, ter mais soluções é sempre importante.»

-- Acha que a Operação Pretoriano pode afetar a equipa? -- «É uma questão da justiça e todos nós confiamos na justiça, de saber o que as pessoas fizeram ou não. O apoio vem de dentro, é intrínseco aos portistas. Acho que temos de olhar é para coletivo da massa adepta do FC Porto. São fantásticos no apoio. O líder de uma das claques poderá não estar no jogo, queríamos que estivessem todos os que amam o FC Porto, para puxarem da melhor forma pela equipa, e cabe à equipa ter o comportamento de que os sócios e adeptos gostem para que a equipa também puxe pelos adeptos. É normal e natural e espero e tenho certeza que vai acontecer isso.»

-- Depois do que se passou com David Carmo, a escolha de Otávio foi mais apurada como jogador, o que pesou na decisão? -- «Não tem a ver com isso. Temos de olhar para duas ou três situações importantes neste caso, falando de mercado. Foi o jogador que queríamos no contexto em que se insere no momento, mercado de janeiro e daqui a quatro meses termina a época. Quanto mais conhecimento tiver do nosso futebol e do nosso campeonato melhor. E a capacidade financeira que clube tem para conseguir determinado jogador. Essas vertentes são importantíssimas no identificar dos alvos e no tentar contratar. Mesmo no mercado interno não é fácil.»

-- Como tem visto os desempenhos de Zaidu e Taremi nas seleções? -- «Espero que sejam felizes na seleção. É óbvio que me preocupo mais com o FC Porto e que termos mais duas opções seria melhor, não há dúvida. O meu clube é o FC Porto e não as seleções. Apesar de achar que tanto um como outro podem fazer melhor, já tiveram fases e momentos de mais brilhantismo.»

-- O tema da sua renovação também veio à baila esta semana. Vai ou não renovar ou não renovar com o FC Porto? -- «É uma pergunta… Vamos lá ver como respondo de acordo com o meu sentimento. Costumo dizer aos jogadores e para os que estão em fim de contrato, que não basta ter contrato, é preciso sentir o clube. Ter contrato é pouco importante se forem responsáveis se forem dedicados, trabalhadores e profissionais. Isso é que é importante. Já foi dito pelo presidente, que só tem 40 anos de presidente e é o mais titulado do mundo. E não é preciso dizer que não é no fim do mandato que se renova com o treinador. Mas isso é óbvio para toda a gente. Os candidatos à presidência são unânimes nisso, têm opinião que o sucesso desportivo da equipa de futebol é muito importante e quanto mais tranquilidade tiver melhor. No meu papel e dos jogadores é pensar exclusivamente em servir o FC Porto e fazer o melhor pela equipa principal e B. Isso é que é o mais importante. Pelo momento do FC Porto, por tudo o que está criado em relação a este panorama eleitoral e tudo o que antecede fase que vivemos, entendo que tudo é notícia e dão um bocadinho mais de ênfase. São títulos um bocadinho maiores, em relação às questões que para algumas pessoas interessam. A mim não interessa, só me interessa ganhar ao Rio Ave, é fundamental e está na minha cabeça bem limpa, não há dúvidas algumas. Para outras pessoas pode suscitar interesse e que se fale. A mim e, penso que ao presidente, não é caso para falar neste momento. Estamos todos de acordo, penso eu.»

-- Klopp já anunciou saída do Liverpool após vários anos, Xavi no Barcelona a dizer o mesmo. Se pondera fazer isso no futuro? -- «A dinâmica do Rio Ave não é importante? É difícil de contrariar… É mais interessante, como jogam os 3 da frente, se Joca joga mais por dentro, Aziz e Boateng fortes na profundidade, Fábio Ronaldo num lado e Costinha no outro, que problemas criam, como é que montam a equipa nos diferentes espaços, zona mais alta, intermédia e baixa… A partir do momento que a primeira pergunta foi do Rio Ave, acho falta de respeito para Luís Freire e para o que Rio Ave tem feito. Excetuando o jogo com Benfica, que perdeu foram pela margem mínima, é equipa competitiva e com pontinha de sorte num ou outro jogo estava numa posição completamente diferente de hoje. Isto é importante para mim. Trabalho esta semana, tirar horinhas para ver jogo de Faro, depois dissecar ao máximo o Rio Ave, que é forte nas bolas paradas… Entendo a vossa posição e o que é mais falado na imprensa, felizmente ou infelizmente, eu como pessoa do futebol gostava que mais se falasse de futebol. Já falei bastante do futebol e não de futebol.»

-- Como explica o clique da equipa que tem encantado desde o jogo do Bessa, com o Boavista? -- «É evolução natural. Fico perplexo quando vejo coisas escritas e ouço pessoas dizer que demorei muito. Um adepto portista hoje fez artigo de opinião a dizer que demorei muito… Não demorei muito, demorei o tempo que tinha de demorar, porque na altura ninguém me diz que os jogadores que estão a iniciar os jogos há dois ou três meses não estavam na forma que estão hoje. O clique é o trabalho diariamente e que me levou a montar a equipa exatamente com essa qualidade e evolução que têm demonstrado nas suas posições para depois termos um coletivo forte, que é isso que nós queremos. Se fiz tudo bem desde início do campeonato, obviamente que não, depois no fim dos jogos e na semana sou capaz de identificar os erros, não somos cegos, percebemos alguma coisa disto, já são alguns anos de futebol, identificamos, andamos à procura de encaixar na estratégia definida para cada jogo. Há jogos que ganhámos pela margem mínima e acharam que não estivemos bem e eu acho que estivemos muitíssimo bem, com um conteúdo riquíssimo. Não é que isto seja algo estranho ou algo de laboratório, mas no que trabalhamos na semana, os jogadores depois tentam fazer e depois a bola não entra e é uma má exibição e se entra já é exibição cheia de brilhantismo. Futebol é assim no resultado, mas não é assim no conteúdo e acho que para chegar lá e a forma como temos de trabalhar, tem de ser bem assimilada. Neste momento jogam estes, mas não garante nada, porque o jogo de amanhã vai-me dar outras respostas e outras dúvidas. Na semana seguinte com o Santa Clara vai-me ditar quem joga ou não… isto é constante este trabalho. As pessoas pensam que qualidade é a qualidade técnica e estes é que jogam, mas não é assim.»