‘Reivindicação’ de Schmidt: fomos perceber se tem razão
Roger Schmidt, treinador do Benfica (Foto: Joaquim Ferreira/IMAGO)

‘Reivindicação’ de Schmidt: fomos perceber se tem razão

NACIONAL07.12.202319:30

Melhores números nos três jogos da Liga em que o Benfica não venceu; líder em muitas das estatísticas gerais da prova; mas o único candidato sem ter um ponta de lança goleador

Deveria o Benfica ter ainda mais pontos do que os 29 em 36 possíveis na Liga? O técnico das águias defendeu, na conferência de Imprensa de antevisão da receção ao Farense, que os encarnados mereciam ter saído com outro desfecho nos encontros em que não venceu, mesmo que isso possa ir contra a perceção mais generalizada da opinião pública ou publicada.

Se as estatísticas ajudam a reforçar uma tese, então o treinador alemão tem algo de sustentável para manter o seu ponto de vista. Nos três encontros em que o Benfica não ganhou (derrota com o Boavista no Bessa, empate com o Casa Pia na Luz e empate frente ao Moreirense, no Minho) as águias terminaram com melhores números.

Começando pela partida diante das panteras (2-3): foram mais o remates (15-11, 14-7 em bola corrida), houve superioridade na posse de bola mesmo a jogar com dez (53%-47%) e jogou-se mais no último terço da formação da casa (34%). 

Frente ao Casa Pia (1-1), os registos foram ainda mais desnivelados: 16-8 em remates (12-7 em jogo corrido), 27-8 em cruzamentos, 10-2 em cantos, 68% de posse de bola e 44% da partida jogada no último terço do adversário. 

Na recente visita ao campo do Moreirense (0-0) a balança ficou mais dividida, ainda assim com maior volume para as águias: 16-11 em remates (9-9 em jogo corrido), 662 passes contra 303 dos cónegos, 66 por cento de posse de bola e 33 por cento do jogo disputado o último terço da equipa da casa (25% no último terço dos encarnados). 

Nos rankings gerais da Liga, e de acordo com a plataforma who scored, o Benfica está no topo nas principais variáveis. Por exemplo, é a equipa com melhor média de posse de bola (63,9%), é a que faz mais dribles por jogo (12,7), a que tem maior acerto de passe (86,4%), a que mais faltas sofre (13,8) e a segunda com mais remates por jogo (17,7, atrás do SC Braga, com 18,3). 

No aspeto defensivo, os campeões em título são os segundos nos remates sofridos por partida (9,8, atrás do Sporting, com 8,8) e os que fazem mais tackles (21,1), demonstração de bons níveis de agressividade, se bem que não necessariamente de organização defensiva de elite - Paolo Maldini dizia que quando precisava de fazer algum carrinho é porque algo não estava a correr bem.

Sem olhar para as exibições, estas seriam estatísticas de um qualquer candidato, porém com um handicap: o Benfica tem apenas o quarto melhor ataque (menos dez golos que o SC Braga) e é o único dos candidatos ao título que não tem os seus pontas de lança como principais goleadores — Di María é o melhor marcador da equipa, com sete golos, em contraste com o que se passa no Sporting (Gyokeres é o melhor marcador dos leões, com 15 golos; Evanilson é o artilheiro dos dragões, com 10; Banza é o segundo melhor marcador do SC Braga, com 11, menos um que Álvaro Djaló).