Rafa foi a chave
Foto Grafislab

O MISTER DE A BOLA: Rafa foi a chave

NACIONAL07.01.202418:22

Tiago Fernandes analisa a vitória do Benfica em Arouca

Dificuldades iniciais

1. O Benfica não entrou bem no jogo, pois estava um pouco previsível e a perder algumas bolas na primeira fase de construção que podiam ter resultado em golo para o Arouca. Na primeira parte, com Kokçu e João Neves a baixarem bastante na construção e a virem buscar a bola muito próximo dos centrais fez com que o Arouca se sentisse mais confortável porque não tinha muitos jogadores entrelinhas para conseguir penetrar na organização defensiva do Arouca e a equipa de Daniel Sousa bem o condicionar o jogo do Benfica para zonas onde se sentia mais confortável a pressionar e a sair também em algumas transições que podiam ter dado o golo. O Arouca acaba, a pouco e pouco, por concedendo alguns espaços, mas no Benfica, quando se treina jogadores inteligentes estes acabam por se adaptar às circunstâncias do jogo e à organização dos adversários e acabam por procurar o espaço e o comportamento com bola de João Neves e de Kokçu alterou e os encarnados passaram a ter mais bola porque, em primeira instância, Rafa estava muito longe da construção e da linha de médios e Di María e João Mário não conseguiam aparecer em zonas interiores para virem buscar a bola e manter o ataque do Benfica. Neste momento, a equipa de Shmidt também tem dois laterais que não são laterais de raiz e acabam por não ter muita profundidade na largura do jogo e quando apanha equipas que estudam muito bem o Benfica este acaba por ter algumas dificuldades. 

Golo fundamental

2. O golo de Rafa no cair do intervalo foi fundamental para o Benfica se soltar um pouco e crescer na partida, ganhar confiança e a segunda parte já foi diferente: já se viu um Benfica com mais velocidade, mais dinâmica, com os jogadores também a procurar melhor em termos de organização ofensiva os espaços para ligar, com Di María com bolas sempre a fazer coisas com qualidade e sem bola a ser um jogador sem bola a desequilibrar a equipa. João Mário, quando tem a bola, também acaba sempre por criar situações de perigo ofensivamente, seja no último passe ou a definir os ritmos de jogo mas Rafa foi o jogador-chave do Benfica porque foi sempre muito rápido, muito imprevisível, sempre a cair nos espaços e no jogo sempre muito mais subido a procurar as costas dos defesas laterais, porque estes eram atraídos por João Mário e Di Maria em zonas mais baixas e Rafa muito bem a aparecer nas costas dos laterais do Arouca e este era um dos momentos em que o Benfica conseguia desbloquear a organização defensiva do Arouca e a chave do jogo foi essa. 

Substituições

3. Depois, com as substituições, o Arouca foi enfraquecendo e o Benfica foi crescendo porque o banco tem muita qualidade e Schmidt, à medida que foi mexendo na equipa, esta foi ficando mais consistente e ganhou sempre dinâmica, velocidade e criatividade. 

Resultado pesado

4. O resultado é pesado para o Arouca, porque merecia ter feito um golo na primeira parte, mas o Benfica é justo vencedor, merece este triunfo, mantém a chama acesa pela luta pelo título. Foi a melhor equipa dentro do terreno de jogo. Mais uma vez Musa a entrar e a fazer um golo e Kokçu também a marcar na sequência duma boa jogada de Rafa.