Oito jogadores que se destacaram na Taça Asiática e não vai querer perder de vista

Oito jogadores que se destacaram na Taça Asiática e não vai querer perder de vista

INTERNACIONAL12.02.202414:35

Olhamos para os protagonistas, as surpresas e as confirmações desta prova

Terminou este sábado a Taça Asiática, com a vitória do Catar sobre a Jordânia por 3-1. Agora, passada a edição 2023 da prova (ainda que jogada em 2024), olhamos para 10 figuras que marcaram o torneio.

A figura: Akram Afif

Com oito golos e mais três assistências, incluindo um hat-trick (de penáltis, é certo) na final, encontramos o melhor jogador da Taça Asiática 2023, agora de forma oficial. Akram Afif é, de resto, o único jogador dos campeões asiáticos nesta lista, o que demonstra bem o seu impacto. Rápido, ágil, inteligente nos espaços que pisa e com grande definição, liderou uma equipa não favorita e transcendeu-se para ajudar à conquista do título. As suas exibições levaram, inclusivamente, a um aprofundamento da carreira de Afif, que pode ler no artigo abaixo.

As surpresas jordanas: Al-Taamari e Al-Naimat

Mousa Al-Taamari e Yazan Al-Naimat são as grandes figuras da seleção da Jordânia, a maior surpresa da competição. Al-Taamari, que apontou três golos e uma assistência durante a prova, tem 26 anos, é extremo-direito e representa o Montpellier, da primeira divisão francesa. Com 21 anos, chegou à Europa pelas portas do APOEL Nicósia, esteve na Bélgica e chegou, esta época, ao futebol francês. Leva três golos e uma assistência na Ligue 1 e, tal como na seleção, é um extremo de «pé trocado»: gosta de cortar para o meio e, em zonas mais interiores, decidir entre o passe ou o disparo.

Yazan Al-Naimat é um jogador bastante diferente. Joga na Qatar Stars League, pelo Al Ahli Doha, e é um avançado com as características de uma geração que aparenta estar a desaparecer. É ágil, não joga tanto na zona do penálti e consegue ser letal, às vezes, só com um toque. Em sete partidas, apontou quatro golos e ofereceu mais dois.

Esta dupla foi fulcral ao longo do torneio e, na semi-final, frente à favorita Coreia do Sul, fez o que fazem as estrelas: brilhou. O primeiro golo, de Al-Naimat, surgiu de uma recuperação de bola de Al-Taamari, que serviu o seu companheiro para um remate em «chapéu» perfeito. Depois de assistir, o extremo do Montpellier decidiu fazer, provavelmente, um dos golos do torneio: arrancou do seu meio-campo e, à entrada da área, disparou à base do poste. Resultado: vitória por 2-0 e a Jordânia chegou, pela primeira vez, à final da Taça Asiática.

O ponta de lança goleador - Aymen Hussein

Só Afif conseguiu ultrapassar o iraquiano Aymen Hussein na lista de melhores marcadores do torneio. Em apenas quatro jogos, o avançado do Al-Quwa de Al-Jawiya, líder do campeonato iraquiano, marcou em seis ocasiões. O seu 1,89m faz de Hussein um avançado totalmente diferente do jordano Al-Naimat: é o chamado «avançado de área» - forte no jogo aéreo, bom na finalização rápida e na movimentação sem bola, à procura daquele cruzamento para fazer impacto num momento de jogo. Foi isso que fez ao longo do torneio: liderou a seleção do Iraque à surpreendente vitória sobre o Japão, por 2-1, e destacou-se nos oitavos de final, em que ficou marcado pelas melhores... e pelas piores razões.

Ao minuto 76 do Iraque-Jordânia, Hussein fez o 2-1 que dava a liderança ao conjunto iraquiano. No seu caricato festejo, sentou-se e simulou que estava a comer relva. Alireza Faghani, juiz da partida, viu o gesto como uma provocação ao conjunto adversário e o avançado, já amarelado, viu a cartolina amarela pela segunda vez e foi expulso. Resultado: a jogar com menos um, o Iraque sofreu dois golos na compensação e foi eliminado. Fica, porém, a grande prestação de Aymen Hussein, que com certeza será considerado para várias equipas dos mais diversos campeonatos.

As confirmações dos favoritos: Azmoun e Kang-in Lee

Irão e Coreia do Sul caíram nas meias-finais, mas entraram no torneio como duas das seleções mais fortes em competições. Dois dos que mais se destacaram foram o iraniano Sardar Azmoun e o sul-coreano Kang-in Lee.

Azmoun, avançado da Roma, sempre foi conhecido pela sua inteligência em campo, bem como pela capacidade técnica que apresenta. Não foi o melhor marcador da sua equipa - esse registo pertence ao portista Taremi - mas foi aquele que esteve envolvido em mais golos: marcou dois e assistiu mais três. O futebol não é números, mas Azmoun consegue que aquilo que faz em campo resulte em produto final: foi essencial nas vitórias sobre Japão e Emirados Árabes Unidos e, contra o Catar, ainda abriu o marcador com um grande golo acrobático, candidato a melhor golo da Taça Asiática 2023. Aos 29 anos, a continuidade da sua carreira na Europa estará mais que assegurada.

Mais para oriente, encontramos a Coreia do Sul, bem como jogadores como Heung-min Son ou Min-jae Kim. Não foram, porém, os jogadores de Tottenham e Bayern Munique que mais apareceram no conjunto de Jurgen Klinsmann: esse papel pertenceu a Kang-in Lee, médio do Paris Saint-Germain.

O jogador dos parisienses é conhecido pelo perfume que deixa em campo. Já no Maiorca, Lee era o jogador mais diferenciado. Agora, numa equipa com mais ímpeto atacante, o médio ofensivo (que, recorde-se, tem apenas 22 anos) tem tido espaço para ter a bola nos pés e fazer jogar. Mostrou, nesta Taça Asiática, a importância de temporizar o jogo e, tal como no seu clube, mostrou a sua capacidade de definição, com três golos e uma assistência, incluindo uma das melhores exibições individuais da Taça Asiática, frente ao Bahrain.

O veterano: Craig Goodwin

Da Austrália, chega o jogador mais velho a figurar nesta lista. Craig Goodwin jogou apenas em três dos cinco jogos dos Socceroos, mas foi o suficiente para fazer a diferença. Todas as suas contribuições para golo surgiram na fase a eliminar e quase levavam a Austrália às meias-finais, não fosse o penálti sofrido frente aos sul-coreanos aos 90+6'. Goodwin é a personificação da expressão «quem sabe, nunca esquece»: a sua idade pode ter-lhe tirado capacidade física, mas compensou em experiência: é raro falhar o passe ou o remate e, dentro de campo, é um líder. Este ano, voltou à liga saudita, para representar o Al-Wehda, vindo do Adelaide United, do seu país natal, e leva, em 14 jogos, seis golos e uma assistência.

O prodígio a ter em conta: Abbosbek Fayzullaev

Do outro lado da escala de idades, na seleção do Uzbequistão, joga Abbosbek Fayzullaev. Com apenas 20 anos, foi uma das figuras em ascensão da Taça Asiática, sobretudo numa seleção uzbeque que surpreendeu tudo e todos ao cair nos penáltis frente ao Catar, já nos quartos de final.

O médio ofensivo do CSKA de Moscovo é um criativo puro. Joga à direita ou à esquerda, mas é no meio que a sua capacidade mais se destaca, sobretudo quando pode vaguear pelo terreno com e sem bola. Já leva dois golos e seis assistências em 14 partidas no campeonato russo e, numa seleção acima da média, revelou-se dono de uma maturidade acima dos 20 anos que tem. Fez o golo da vitória do Uzbequistão frente à Tailândia e parece ser o próximo protagonista de uma geração uzbeque que pode surpreender.