ENTREVISTA A BOLA O triângulo mágico de Balakov em Estugarda

NACIONAL20.04.202412:35

Bobic, Elber e Balakov fizeram furor na Alemanha

Krassimir Balakov, um dos melhores estrangeiros que passaram por Portugal, esteve em Portugal durante três dias a convite de A BOLA. Visitou as novas instalações do nosso jornal, passou pelo Jamor onde conquistou um troféu com o Sporting e, claro, esteve no José Alvalade, recebido por Frederico Varandas. Prometeu voltar para ver o Sporting campeão, mas, entretanto, deu uma longa entrevista, que agora pode ler em A BOLA.

- A seguir ao Sporting, sai para o Estugarda, mas também só ganha uma Taça da Alemanha.

- Tivemos uma equipa espetacular, com bons jogadores. Jogámos o melhor futebol na Alemanha, muito melhor do que o Bayern de Munique e, mesmo assim, não conseguimos ser campeões. Ficámos em segundo e ganhámos a taça, mas primeiro lugar nada. Foi um tempo também muito bom. Estive cinco anos no Sporting, oito no Estugarda e também oito no Etar. É um triângulo mágico que ficou na minha vida para sempre.

- Em Estugarda outro triângulo foi construído, o triângulo mágico: Bobic, Elber e Balakov. Houve algum triângulo parecido no Sporting?

-Não se falava num triângulo mágico no Sporting, mas tivemos um futebol muito simpático. Fisicamente não era muito forte, mas tecnicamente era perfeito. Triângulo? Talvez fale em Figo, Xavier e eu. Mas podia acrescentar ainda mais nomes.

- Oito anos no Etar, cinco no Sporting e oito no Estugarda. O seu coração pertence aos três clubes ou há um mais forte?

-Dou um exemplo. Gosto dos meus filhos por igual. O meu amor é igual para todos. É como os clubes. Tive tempos maravilhosos no Etar, no Sporting e no Estugarda

- Final da carreira em Estugarda e depois início de carreira como treinador. Que tipo de treinador quer ser e qual a filosofia de que gosta?

- A minha filosofia depende dos jogadores, porque um dia visitas uma equipa de top e no outro dia visitas uma que luta para não descer de divisão. Depende de onde tu trabalhas, mas claro tens de ter a tua filosofia preferida e a minha preferida é a que se joga no Manchester City, no Liverpool e também aqui no Sporting. O Sporting, quando joga bem, joga muito bem. Mas nem sempre se pode jogar assim, claro. Importante é jogar bem atrás, no meio-campo e na frente. A bola tem de estar sempre o mais longe possível da nossa baliza e o mais perto da baliza do adversário.

- Um pouco mais tarde, como selecionador da Bulgária, houve um jogo marcante…

- Sim, em Inglaterra…

- Que culminou com a sua demissão. Que aconteceu?

- Foi aquela conversa do racismo. Ainda hoje não sei explicar muito bem o que aconteceu. Foi uma coisa política. Claro que aconteceu alguma coisa lá no estádio, mas foi um tema que serviu mais para tapar o futebol. Foi um momento muito duro para mim, muito duro, talvez o momento mais duro da minha vida como treinador.