«O presidente do Benfica dava €20M por um jogador, mas Lage queria pôr-me a jogar»

Taarabt lembra a passagem pela Luz, deixando elogios a Bruno Lage, que diz ser como um «pai» para si

Adel Taarabt, que esteve contratualmente ligado ao Benfica entre 2015 e 2022, recordou a passagem pela Luz, deixando rasgados elogios a Bruno Lage, treinador que apostou nele em 2019. O médio, refira-se, teve uma chegada complicada aos encarnados, tendo mesmo dito, aquando do empréstimo ao Génova, que queria deixar as águias.

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«Depois dessa entrevista, o presidente [Luís Filipe Vieira] disse que eu não voltaria a jogar pelo Benfica. Mas depois aconteceu uma coisa espantosa: Bruno Lage tornou-se no treinador do Benfica. Foi como um pai para mim. Chegou e disse ao diretor desportivo Tiago Pinto que gostava de mim como jogador.  O Tiago explicou-me a situação do clube e o que o presidente tinha dito. Assim, fui colocado a treinar com a equipa principal e não com a equipa B», disse, em entrevista ao The National News.

«O presidente foi falar com Bruno Lage e disse-lhe: ‘Estou disposto a dar 20 milhões de euros para comprar um jogador da posição’. O Lage disse que não queria, que queria pôr-me a jogar na equipa. O presidente disse que tinha dito a toda a gente que eu não voltaria a jogar. Os adeptos viam-me na rua e gritavam que eu só estava ali por dinheiro», prosseguiu.

O médio internacional marroquino viria a ser lançado por Bruno Lage num encontro entre o Benfica e o Tondela, a 30 de março de 2019, para a Liga.

«Joguei um pouco na equipa B e, um dia, o Tiago [Pinto] ligou-me e disse: ‘Amanhã viajas com a equipa principal’. Uma semana depois, já estava no plantel. Estávamos no final de março e eu ainda não tinha jogado. O estádio, com 55 mil pessoas, estava uma loucura, sabiam que eu estava no banco, mas não sabiam porquê. Não conseguíamos marcar golos. Era contra o Tondela. O Lage disse-me para aquecer. Não sabia o que os adeptos iriam pensar, mas foi positivo. Entrei nos últimos 19 minutos. Estava com muita vontade de mostrar às pessoas a minha qualidade. Estava a atacar e comecei a jogar bolas perigosas para a frente. Marcámos um golo aos 84 minutos. Voltei a jogar. Ganhámos todos os jogos e vencemos o campeonato. Fiquei muito agradecido ao Lage. Era o seu primeiro grande clube, mas ele arriscou muito por mim», afirmou,

Taarabt destacou a organização do Benfica: «É uma das razões pelas quais os jogadores se dão tão bem quando vão para ligas maiores, porque estão preparados. No Benfica, a pressão é enorme quando não se ganha um jogo, mas isso vem do facto de o Benfica ser grande.»

O internacional marroquino representa atualmente o Al Nasr, dos Emirados Árabes Unidos.

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«Queria acabar a carreira num país muçulmano. No início não foi fácil. Cheguei do Benfica onde tudo era muito profissional e bem organizado. Os meus colegas perguntam-me onde é que joguei na Europa. Conto-lhes as histórias e o nível de empenho necessário, que é preciso ir para o ginásio antes do treino. Explico-lhes que joguei com o João Félix e o Rúben Dias e que estes rapazes são umas máquinas. Não saem tarde, estão totalmente concentrados», concluiu.

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