Matheus ‘quase’ intransponível
Apesar dos golos sofridos, Matheus foi determinante no SC Braga Foto IMAGO
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O MISTER DE A BOLA: Matheus ‘quase’ intransponível

NACIONAL13.12.202316:07

Hugo Falcão analisa a derrota do SC Braga em Nápoles

1.SC Braga

A organização dinâmica da equipa do SC Braga foi positiva nos primeiros minutos de jogo. Em termos ofensivos, numa estrutura 4x2x3x1, conseguiu controlar o ritmo e intensidade de jogo, através da experiência de João Moutinho e da irreverência de Salazar. Banza e Ricardo Horta foram elementos preponderantes na ligação intersetorial, criando situações de possível finalização, mas sem a eficácia desejada. Em termos defensivos, a estratégia passou pela marcação individual pressionante no setor médio, o que evidenciou desequilíbrios momentâneos em certas ocasiões, isto devido à rotação do triângulo médio do Nápoles. Matheus foi o homem chave, não só pela quantidade de defesas efetuadas, como também pela qualidade de execução no seu jogo de pés. Um dos aspetos menos positivos em fase defensiva, foi a permissividade nas ações técnico-táticas defensivas, em corredor lateral. No enquadramento dos corredores laterais, e essencialmente no esquerdo, a fluidez das ações ofensivas não foi positiva, com Bruma e Borja a não estarem inspirados. Durante a segunda parte, Abel Ruiz veio preencher duas lacunas existentes durante a primeira parte: o preenchimento das zonas de finalização dentro da grande área e a capacidade de transporte de bola em velocidade pelo corredor central.

2. Nápoles

O Nápoles teve a felicidade de chegar à vantagem muito cedo no jogo, num erro de organização defensiva da equipa do SC Braga - durante um lançamento de linha lateral. O autogolo promoveu um aumento da confiança napolitana, levando a equipa portuguesa a ter que assumir a iniciativa de jogo. A qualidade coletiva e individual na resolução das situações de jogo, por parte do Nápoles, é sem dúvida superior à do SC Braga. O Nápoles sistematizou a estrutura 4x3x3, com Lobokta a destacar-se pela sua rotatividade, sempre muito presente no jogo da equipa, e contribuindo para a correta rotação do triângulo médio afetando os duelos e marcações individuais. No setor ofensivo italiano, Osimhen abaixo da época passada, não criou muito perigo, no entanto, Khvicha foi o jogador mais inconformado, procurando acelerar sempre que possível, expressando uma qualidade técnica invejável. Um destaque para os defesas laterais, Di Lorenzo e Juan Jesus, que tiveram influência diretamente no resultado final do jogo.

3. Síntese final

As oportunidades de golo desperdiçadas pelo SC Braga foram determinantes, as quais, poderiam ter dado outra emoção ao jogo. No contexto da criação, o SC Braga superiorizou-se durante a segunda parte, com diversas iniciativas pelos corredores laterais, explorando a variação do centro de jogo. Na finalização, tanto Ricardo Horta como Bruma tiveram as melhores oportunidades. Durante a segunda parte, ambas as equipas executaram substituições de gestão, já a pensar nas próximas confrontações competitivas. O SC Braga continua na Europa, e será uma equipa a ter em conta, não só pela qualidade de jogo apresentada como também pela qualidade dos jogadores que constituem a equipa. Matheus foi o homem do jogo, evitou uma desvantagem maior. Bruma foi a desilusão, esperava-se outra acutilância nas sequências ofensivas