Liga Liga a perder mercados televisivos com a centralização ainda distante
Tal como sucedeu com os jogos da primeira jornada da Liga 2023/2024, também as partidas agendadas para a segunda ronda, que arranca esta sexta-feira, não poderão ser vistas em França, Inglaterra e Brasil, mercados onde os canais desportivos que asseguravam a difusão da liga portuguesa junto dos emigrantes e não só não renovaram os direitos de transmissão para a temporada que está em curso.
Em França, recorde-se, o canal RMC abdicou dos jogos do campeonato luso para abrir espaço de antena para outras modalidades, no caso desportos de combate, como explicou o diário L' Équipe. Aliás, o acordo conjunto entre a RMC e o Canal+ para transmitir a liga inglesa também deixou de vigorar.
Em Inglaterra era a TNT Sports que assegurava a transmissão em direto de um jogo por jornada na época 2022/2023, mas o canal comunicou às portas da primeira jornada da Liga que não havia acordo com a Liga Portugal para transmitir jogos na época já iniciada
Além de dois dos principais mercados do Velho Continente, sendo o de França o mais preocupante atendendo aos muitos milhares de portugueses e descendentes que deixam de ter acesso aos jogos por esta via, também do outro lado do Atlântico o futebol cá do burgo deixou de ter espaço, uma vez que o Star+, serviço de streaming da Disney que incluía conteúdos da ESPN, e que transmitia os jogos da nossa Liga no Brasil, onde a invasão de treinadores portugueses no Brasileirão chamou mais olhares para o nosso Campeonato, deixou de o fazer.
Mas nem tudo foram más notícias, uma vez que na semana passada a DAZN garantiu os direitos de transmissão dos principais jogos da Liga para Itália pelos próximos três anos, até à temporada 2025/2026.
Em todo o caso, não deixa de ser um cenário preocupante este desinteresse na transmissão da liga portuguesa em mercados onde não faltam espectadores lusos, isto também no contexto da centralização dos direitos televisivos, que, de acordo com estudo encomendado pelo organismo presidido por Pedro Proença, podia gerar entre 275 a 350 milhões de euros de receitas - a comercialização dos direitos nestes moldes é para arrancar em 2028/2029.
Será tal possível com mercados como França, Inglaterra e Brasil por ora desinteressados no futebol português?