Leonardo Buta: «Gostaria de voltar para a Udinese»
Leonardo Buta, lateral do Gil Vicente (Imagem: Gil Vicente)

Leonardo Buta: «Gostaria de voltar para a Udinese»

NACIONAL03.04.202407:30

Em entrevista a A BOLA, o lateral esquerdo analisou a época ao serviço do Gil Vicente e falou do seu futuro, que deverá passar pelo regresso a Itália

Leonardo Buta, internacional sub-21, chegou ao Gil Vicente esta temporada, emprestado pelos italianos da Udinese, e mereceu desde logo a confiança do treinador Vítor Campelos, que viu no lateral de 21 as qualidades necessárias para as suas pretensões. São 25 jogos na Liga, três na Taça de Portugal e um na Taça da Liga, isto ao serviço dos galos, porque também foi chamado pela primeira vez à seleção sub-21, tendo disputado três partidas com a camisola de Portugal.

Em entrevista a A BOLA, o lateral do Gil Vicente fez um balanço da época, falou sobre o futuro em Barcelos e na seleção nacional, dando ainda conselhos para se ser um bom lateral no futebol moderno.

Que balanço individual e coletivo fazes da época ao serviço do Gil Vicente?

«A nível individual, tem sido uma época muito bastante positiva. Vim para o Gil Vicente com o intuito de evoluir, de crescer e de fazer o maior número de jogos. Acho que tem corrido dentro do que eu esperava. Em termos coletivos, claro que gostávamos de estar em lugares mais cimeiros, mas tem sido jogos sempre difíceis em todas as jornadas. Hoje estamos num lugar bastante tranquilo».

Que diferenças encontraste entre a Liga e a Serie A?

«São campeonatos diferentes e dois estilos de jogo bastante diferentes. Neste que está a ser o meu primeiro ano a jogar na Liga, senti uma grande diferença a nível físico. Aqui joga-se mais e lá é mais físico. Mas o estilo de jogo em Portugal é o que gosto mais».

Vais continuar em Barcelos?

«O meu objetivo é terminar bem a época e depois de julho [termina o contrato com o Gil Vicente] logo se verá… mas gostaria obviamente de voltar para a Udinese, porque foi o clube que que me agarrou e apostou todas fichas em mim. Vim durante um ano para crescer e voltar mais forte para a Udinese».

Atingiste o teu pico de boa forma?

«Vir jogar para o meu país jogar deu-me algum conforto e senti logo desde o início o apoio da direção e dos colegas de equipa. À medida que as jornadas iam passando sentia-me mais confiante, um fator muito importante para que as coisas tenham um bom rumo. Sinto que nos últimos meses tenho vindo a subir de rendimento e até ao final da época posso ainda atingir um pico de forma ainda maior».

Que influência teve o treinador Vítor Campelos no teu rendimento?

«O mister tem-me dado muitos conselhos desde que cá estou. Cheguei ao Gil Vicente com algumas lacunas, que tinham de ser melhoradas para estar ao nível da Liga. Ele [Vítor Campelos] foi muito importante na minha evolução. É um treinador que gosta de interagir connosco e de perguntar a nossa opinião e como podemos melhorar. Acho que ele tem feito um trabalho excelente, não só comigo mas com toda a equipa».

Foste chamado pela primeira vez para a seleção sub-21, como foi esse momento?

«Era um objetivo que tinha desde o início da época, consegui cumpri-lo. Foi a primeira vez que representei as cores de Portugal e quero manter-me por lá e marcar presença no próximo Europeu da categoria».

Vês-te a lutar por um lugar no corredor esquerdo da seleção principal?

«Tenho esse objetivo, mas estou focado nos sub-21 e pretendo evoluir ainda mais para depois estar mais pronto para chegar à seleção principal».

Quem é o teu lateral esquerdo de referência?

Alphonso Davies [Bayern Munique]. É um lateral com as minhas características e com um estilo de jogo muito parecido.

Que caraterísticas tem de se ter hoje em dia para se ser um bom lateral?

«Tem que ser inteligente. Hoje em dia, muitos treinadores gostam dos laterais a jogar por dentro e muitas equipas procuram atletas com essas capacidades. A parte mais importante é saber posicionar-se dentro de campo, dar aquele apoio ao ataque e depois fazer transições defensivas, além de estar sempre concentrados e ativos no jogo. É muito exigente a nível físico, mas a inteligência é mais peça mais importante num lateral».

Recebes muitos conselhos do teu irmão Aurélio Buta [Eintracht Frankfurt]?

«Os conselhos naturais de um jogador mais experiente, com mais anos de futebol. Quanto a conselhos acerca das decisões de mudanças de clubes, deixa-as para mim. Sabe que estou a crescer e que consigo tomar as melhores decisões. Para mim, no entanto, é importante conhecer o seu feedback».