«Janeiro será determinante»
Artur Jorge, SC Braga (Imago)
Foto: IMAGO

«Janeiro será determinante»

NACIONAL07.12.202320:14

Artur Jorge, treinador do SC Braga, lançou a deslocação a Vizela, no arranque da 13.ª jornada da Liga

Mais um jogo importante, sendo que o Vizela é penúltimo e vem de uma derrota e o SC Braga está em crescendo. Tendo em conta este contexto que antevisão faz da partida?

- Espero que se continue a poder falar de um SC Braga em ascendente. Tendo em conta os contextos diferentes que existem, os percursos de uma equipa e outra, diz-nos o passado ou os últimos jogos que em campo essa diferença diminui e a competitiva é alta. Queremos continuar esse período ascendente em Vizela. Espero um jogo complicado e, por isso, queremos fazer um jogo competente para que a nossa equipa possa vencer a partida que é o que pretendemos.

A equipa tem protagonizado várias reviravoltas e até dá ideia de que não se importa de entrar a perder. Sente isso?

- Preferia que não acontecesse. Não é uma questão de masoquismo, sequer. O que há é a capacidade de equipa, em momentos de desconforto, não se desviar do plano traçado inicialmente. Quando digo desconforto, falo em desvantagem no marcador. Temos de corrigir esses momentos, pois não queremos permitir que o adversário crie ocasiões de golo ou mesmo que as concretize. Queremos ter vantagem desde cedo para que possamos estar por cima e acabarmos por vencer o jogo. Olhamos para todos os jogos e para os 90 minutos sempre da mesma forma. Preferimos estar em vantagem.

Esta deslocação a Vizela antecede o jogo com o Nápoles que é de tudo ou nada. Como se gerem as emoções para esta partida?

- Tenho tido o cuidado de dizer que essas expectativas se gerem de uma forma realista. Olhamos para esses períodos com ambição, pois são de enorme densidade, não só de número de jogos, mas de defrontarmos equipas com muita qualidade. Tentamos olhar de forma muito realista e fria para esses jogos, para estarmos totalmente focados no objetivo que é vencer o próximo. Nápoles dentro de quatro dias e depois outro grande jogo [Benfica], logo a seguir, aquilo que procuramos internamente é olhar para todos os jogos com muito cuidado e para o próximo ainda mais, pois é aquele que queremos vencer no imediato.

É a equipa mais concretizadora da Liga, por alguma margem, com um enorme número de golos. Partiu para a época com a ideia de praticar um futebol total?

- De uma forma mais analista, tem-se visto que tem sido um padrão que vem do ano passado. Temos a capacidade de criar muitas situações e gosto de uma equipa assim que crie situações ofensivas e oportunidades de golo. Também temos apresentado uma taxa de eficácia boa. Tem sido esse o registo. Não só desta temporada, pois no ano passado batemos o número de golos do SC Braga numa temporada. É a filosofia e a ideia de jogo que se foca bastante na parte ofensiva, claro que a qualidade dos jogadores também ajuda bastante.

Teve um início algo irregular. Neste momento, percebe que há irregularidade noutros candidatos, o SC Braga é a equipa mais segura de si?

- Temos tido o cuidado de trabalharmos nesse sentido, de alcançarmos essa tranquilidade. Temos sido mais consistentes nos últimos tempos. Também é sinal do crescimento no desempenho e na performance da equipa. Vamos sempre à procura de mais e melhor e de uma forma determinada. Quando aos rivais, há jogos com algumas surpresas, mas também vemos algum aumento de competitividade em alguns jogos, mas fazemos o nosso caminho e o nosso trabalho. Vamos na tentativa de fazer melhor, claro que olhamos para os rivais mais próximos, o que estão à frente e também os que vêm atrás para que possamos continuar a perseguir os objetivos.

Vem aí uma série de jogos decisivos e o treinador tem feito bastante rotação no plantel, apresentando várias soluções Foi para isto mesmo que construiu uma equipa com tantas opções?

- O plantel foi construído para darmos resposta em qualquer uma das frentes, depois entra o meu trabalho. Tenho de ter um olhar melhor que o do adepto e o do analista, pois sei o trabalho que realizam e o momento em que cada jogador se encontra. Tento ir avaliando o trabalho interno e procurar o melhor onze para cada jogo, o que pode dar a melhor resposta. Temos conseguido dar sempre resposta. O Zalazar fez um jogo tremendo com o Union Berlim, de um desgaste enorme e depois não fez um minuto sequer. Não sou doido! Não estava nas condições fisícas ideais. Mas, foi a isso que nos propusemos com o plantel que construímos. É aqui que queremos estar, com esta densidade de jogos e entre os melhores. É com essa intenção que trabalhamos, para estarmos presentes nestes momentos.

Este campeonato tem dado alguns indicadores de equilíbrio, quando passamos agora a 12.ª jornada. Prevê que seja assim até ao fim?

- Não sei se será o mais equilibrado. Nesta altura a proximidade revela que não há equipas que se tenham destacado das demais. É um indicador de equilíbrio? Creio que sim. Mas, o próximo mês é determinante para podermos avaliar, no qual também esperamos ter a final four da Taça da Liga, portanto mais jogos acumulados e podermos aferir o equilíbrio que possa existir. Não é definitivo, pois por vezes algumas equipas destacam-se no início, outras no meio e outras têm uma ponta final muito boa. Por exemplo, no Brasileirão, o Abel foi campeão depois de ter tido 14 pontos de atraso. Em Portugal seria muito difícil de acontecer, mas com isto dizer que há um plano e em nenhum momento nos podemos desviar desse caminho que há a percorrer.