FC Porto contesta números apresentados por CFO de Villas-Boas
(EDUARDO OLIVEIRA/ASF)

FC Porto contesta números apresentados por CFO de Villas-Boas

NACIONAL09.02.202417:07

Dragões esclarecem valor total da bilhética em 2022/23, na sequência das declarações de José Pedro Pereira da Costa

Em nota oficial, o FC Porto veio, esta sexta-feira, desmentir o CFO apresentado ontem por Villas-Boas, José Pedro Pereira da Costa, relativamente ao valor total da bilhética dos azuis e brancos em 2022/23.

José Pedro Pereira da Costa, gestor das finanças da lista de Villas-Boas apresentado esta quinta-feira, afirmou que «é possível fazer melhor na bilhética, no merchandising, nos sponsors e na rentabilização do estádio, bem como aumentar o valor dos ativos, com a aposta na formação e reforço do scouting, e reduzir o custo inerente às transações de jogadores, tanto na compra como na venda.»

Recentemente, uma reportagem da revista Sábado dá conta de um alegado esquema que a claque Super Dragões usava as Casas do FC Porto para angariar bilhetes, que eram depois vendidos no mercado negro.

Leia o comunicado dos dragões na íntegra:

«Em nome da verdade e do bom nome do FC Porto, esclarece-se o seguinte: O valor total de bilhética do FC Porto na época passada foi 19,606 milhões de euros, acima dos 19,589 apresentados pelo Sporting, ao contrário do que tem sido dito. Os valores do Benfica não são comparáveis, pois dispõe de um estádio com uma lotação superior. Este esclarecimento já tinha sido pormenorizadamente prestado aos sócios pelo administrador Fernando Gomes na Assembleia Geral de 29 de novembro de 2023, quando as contas foram aprovadas, pelo que é estranho que se continue a difundir informação tendenciosa com o intuito de penalizar o bom nome e a marca do nosso clube. Importa ainda acrescentar que as receitas operacionais excluindo passes de jogadores do FC Porto em 2022/23 totalizaram 166 milhões de euros, contra os 119 milhões de euros do Sporting, o que, ao ser ignorado, conduz a apreciações parciais e penalizadoras do FC Porto.»

O que disse Pereira da Costa ontem, na sede de campanha de Villas-Boas:

«Porque é que no FC Porto fizemos vendas de passes de 430 M€ em seis anos, mas só foram registados resultados dessas vendas de cerca de 30 M€, ou seja 7 % do valor depois de abatidos os custos associados, as amortizações e as imparidades? Deixo para referência os números conseguidos pelos nossos principais rivais que nos fazem pensar: um fez vendas no mesmo período de 570 M€ gerando resultados de 200 M€, ou seja 35%; o outro realizou vendas de 400 M€, próximo do nosso, mas com resultados de 170 M€, ou seja 43%. Segunda pergunta, porque é que no no ultimo exercício a venda de bilhetes jogo a jogo e lugares anuais, e excluo aqui o “corporate hospitality, camarotes e business seats, foram de apenas 10,8M€?. Os principais rivais tiveram 19,8 M€ e com 13,6 M€. O rival com menor valor conseguiu 13,6 M€, teve uma assistência média na Liga, na última época, de 30 por cento inferior ao FC Porto. Porque é que o FC Porto com receitas de merchandising que correspondem, basicamente, aos equipamentos, com receitas de de 8/9M€ por ano, similares a um dos nossos rivais, porque é que tem 2M€ de custos das mercadorias vendidas a mais do que os rivais? Porque é que nossa margem nessa atividade é de 35 por cento quando nesse rival é perto de 60 %? Quarta pergunta. Em que consistem as despesas de representação de mais de 1,4 M€ por ano? Nos últimos quatro exercícios foram pagos 5,4 M€. Valores que acrescem aos salários e prémios. Já agora refiro que há seis anos na SAD pagavam-se por ano 500 mil euros em despesas de representação. Em seis anos, foi aumentando 1 M€ nessa rubrica. Finalmente, o que são 3M€ de outros fornecimentos externos que nunca são descriminados? Diria que a estrutura de custos atual e com as receitas atuais, em termos operacionais, excluindo as vendas de passes, é ligeiramente negativa, tende para zero. Mas em território negativo com boas prestações nas provas europeias, com essas boas receitas Acontece que abaixo disto temos cerca de 20 M€ de encargos financeiros que decorrem da dívida financeira de 310 M€. Entrando depois na atividade da otimização dos ativos, temos amortizações anuais de passes de jogadores entre 30 a 40 M€ por ano. Temos um resultado operacional ligeiramente negativo, 20 M€ de encargos e 30 a 40 M€ de amortizações. O que significa que temos de gerar em mais valias com a venda de jogadores 50 a 60 M€ para equilibrar. Para gerar isso, temos de vender todos os anos 70 a 90 M€ em passes. Isto é um desafio muito grande e coloca questões na qualidade do plantel. Este é o retrato económico da nossa SAD com dependência grande das receitas da UEFA.»