Estratégia vitoriosa
Evanilson foi preponderante na estratégia portista. (Foto IMAGO)
Foto: IMAGO

O MISTER DE A BOLA Estratégia vitoriosa

FUTEBOL15.01.202416:10

Vítor Vinha analisa a vitória do FC Porto diante do SC Braga

FC Porto controlador

1. No papel, o sistema de jogo de ambas as equipas era igual: 4x2x3x1. No entanto, no terreno de jogo as dinâmicas foram diferentes. Sérgio Conceição, na construção, pediu a Evanilson para baixar no terreno, conferindo uma vantagem, 4x3, no meio campo. Ao mesmo tempo, retirou referências aos centrais do SC Braga, José Fonte e Paulo Oliveira. Este posicionamento de Evanilson convidava os centrais a saírem da posição, abrindo espaços em corredor central. Espaços esses que foram bem aproveitados, quer por Pêpe com movimentos à profundidade, quer pelo próprio Evanilson que, em muitas ocasiões, ligou o jogo azul e branco. Com Galeno e Francisco Conceição nas alas, o FC Porto tinha mais duas setas apontadas à baliza adversária. Ofensivamente, os dragões tiveram técnica e velocidade para ferir o adversário. Por outro lado, a abordagem defensiva dos dragões, praticamente, não permitiu veleidades ao melhor ataque da competição. Evanilson trabalhou muito, Galeno e Conceição acompanharam as investidas dos laterais arsenalistas, e o meio campo portista, com a ajuda de Pepe e Fábio Cardoso na retaguarda, venceu a batalha no corredor central. Os azuis e brancos foram muito humildes, sólidos e eficazes.

Os golos

2. O FC Porto controlou o jogo do princípio a fim e o timing dos golos ajudou. Os azuis e brancos marcaram a abrir, em ambas as partes. Por um lado, intranquilizou o SC  Braga e, por outro, deu volume à vantagem portista quando se esperava uma resposta dos bracarenses. Minuto 11: livre lateral bem batido por Francisco Conceição, com Fábio Cardoso a cabecear para o fundo da baliza de Matheus. Minuto 46: Evanilson a converter uma grande penalidade, após perda de bola disparatada de Borja. 

Pouco SC Braga

3. A equipa de Artur Jorge defrontou um adversário de peso. No entanto, esperava-se mais. O SC Braga errou muitos passes na construção, retirando-lhe alguma confiança, numa fase inicial. Foi lento na circulação da bola e demorou a ajustar posicionamentos no corredor central, para ter fluidez no seu jogo. Os laterais foram bem anulados pelos alas portistas e perderam muitos duelos, quer ofensivos, quer defensivos. Tirando uma soberana ocasião para marcar, com Diogo Costa a negar o golo a Ricardo Horta, o SC Braga foi incapaz de dar a volta aos acontecimentos. Ficou o alerta para o futuro.

Protagonistas

4. Evanilson ajudou nas tarefas defensivas, recuperou imensas bolas, lançando de imediato contra-ataques prometedores. Na construção foi elo de ligação entre a defesa e o ataque; trabalhou muito para a equipa e converteu o penalti que estabeleceu o resultado final. Foi o jogador chave. Sérgio Conceição reconheceu, dentro e fora de campo, o poderio do SC Braga. Montou uma estratégia que funcionou na perfeição, conferindo ao FC Porto uma organização e dinâmicas que resultaram em pleno. O FC Porto foi justo vencedor e o mérito é do treinador dos dragões.