'Equipamento CR7' do Sporting bate recordes e é caso de estudo lá fora
Gyokeres com o terceiro equipamento do Sporting, frente ao Portimonense. Foto: ANDRÉ ALVES/GRAFISLAB

'Equipamento CR7' do Sporting bate recordes e é caso de estudo lá fora

NACIONAL28.02.202418:15

O diretor de estratégia e operações do Sporting, André Bernardo, participou numa conferência do Financial Times, onde falou sobre o sucesso da camisola e do planeamento leonino

O equipamento alternativo do Sporting, que relembra (e homenageia) a última camisola que Cristiano Ronaldo usou no clube, revelou-se uma aposta de sucesso por parte da SAD dos leões. A camisola tem vendido quantidades impressionantes, aquém e além fronteiras, a simpatizantes e rivais.

O caso não passou despercebido ao mundo do futebol e dos negócios, e foi mesmo um dos exemplos em destaque no Business of Football Summit, evento organizado pelo Financial Times, que contou com a presença de André Bernardo, diretor de estratégia e operações do Sporting, bem como administrador da Sporting SAD, cuja participação se desenrolou sob o tema «Envolvimento dos fãs e como nos dirigirmos à geração mais jovem de fãs».

«O fundamental da ligação com os adeptos continua a ser o mesmo, queremos falar com eles também para criar valor para todos. Depois, a forma como isso se faz mudou muito, a mensagem é muito mais forte, tem maior facilidade de passagem. No caso do Sporting, aquilo que fizemos este ano foi desenhar um terceiro equipamento com uma ligação entre clube, Ronaldo e a Nike, um pouco à semelhança do que aconteceu no passado com a versão Jordan. Quando olhamos para os números, às vezes uma marca individual consegue ter mais força. As pessoas já ligam mais em alguns casos a jogadores do que a marcas», disse André Bernardo.

O administrador da SAD aproveitou para explicar a importância da narrativa e da intenção por trás do branding, algo importantíssimo para criar uma ligação com os adeptos (e clientes) nos dias de hoje.

«Aquilo que fizemos foi contar uma história, neste caso aproveitando o 20.º aniversário da construção do nosso Estádio. Foi o dia em que fizemos a estreia frente ao Manchester United, foi no dia em que decidiram que queriam contratar o Cristiano Ronaldo, foi no dia em que começou toda a carreira internacional que conhecemos. Inspirámo-nos nesse jogo há 20 anos e foi o nosso produto mais vendido de sempre, com um total sete vezes maior do que a camisola que até hoje tinha sido mais vendida. Essa também é uma das formas de conseguir chegar aos nossos adeptos. Na verdade, a única coisa que mudou foi mesmo a forma como direcionamos as mensagens aos nossos adeptos», referiu.

Para esta estratégia de sucesso, muito contribui a movimentação leonina nos meios digitais, uma vez que as novas gerações passam grande parte do seu tempo online.

«A geração Z [categorização para pessoas nascidas em meados da década de 90 e até cerca de 2010] tem sobretudo mais oportunidades para passar o seu tempo, não só nas redes sociais mas com toda uma oferta que antes não havia. O tempo é o nosso principal adversário nesse sentido, em todas as plataformas porque até nas redes sociais temos competição com a Netflix, com jogos online… Não temos os dados para comparar e dizer que vão mais ou menos ao futebol. Aquilo que percebemos, de forma clara, é que existe uma ligação através das gerações mais velhas que trazem os mais novos. Um dia a geração Z vai mudar, terá filhos, mais dinheiro… Indo mais ou menos aos estádios, aquilo que se percebe é que os seus comportamentos são diferentes. Por exemplo, existe uma ligação mais forte das mulheres ao futebol, a linha que lançámos teve um grande sucesso. Têm um impacto maior, as principais influencers também são mulheres em Portugal», considerou o diretor de estratégia e operações dos leões.