«Em termos de futebol puro, Cristiano não foi melhor do que eu»
Hazard e Ronaldo em representação de Bélgica e Portugal no Euro-2020 (Imago)

«Em termos de futebol puro, Cristiano não foi melhor do que eu»

INTERNACIONAL03.02.202412:27

Eden Hazard faz balanço: não gostava de treinar, prefereria ir para casa estar com os amigos

Eden Hazard deu a carreira como finalizada aos 32 anos, no Real Madrid disse que já não se sentia motivado, e que por isso preferia parar, apesar de receber propostas para continuar. 

Em entrevista franca à France Football confirma que prefere deixar o stress à parte e por isso nunca teria conseguido ter uma carreira como a de Cristiano Ronaldo. «Não, eu não teria conseguido. Depois de um treino ir durante uma hora tomar um bano frio… não. Deixem-me estar, quero ir para casa estar com os amigos, beber uma cerveja, jogar às cartas. Jogava durante duas horas com os meus filhos no jardim, era essa a minha recuperação. Se tivesse sido como Cristiano, esse exemplo de bom futebolista, tinha-me ‘queimado’. Não ia ao ginásio a cada três dias, não fazia três horas de fisioterapia para me recuperar.»

Na mesma entrevista, o antigo avançado belga referiu ainda que o jogador que mais o surpreendeu ao longo da carreira foi Lionel Messi.

«Messi talvez seja o único, acho que é o maior da história, porque é impossível tirar-lhe a bola. O Cristiano é um jogador maior, mas acredito que, em termos de futebol puro, não foi melhor do que eu. Depois, e não melhores que eu, há muitos jogadores bons no Real Madrid. Benzema, Modric, Kroos, respiram futebol», notou.

Uma das críticas que mais recebeu foi precisamente não estar em forma, ou até estar acima do peso ideal em algumas fases. «Não posso dizer que abusava da comida, mas não tinha grandes cuidados. Claro que não ia ao McDonalds todos os dias, não te aguentas 16 anos como profissional assim. Não dava importância. Gosto de comer, estar com amigos, beber um copo. As dietas chateiam, são inúteis. Ok, convém se quiseres jogar até aos 40, mas sabia que isso não era para mim», contou.

E confirmou que não gostava mesmo de ir treinar: «Ir treinar até era um pouco chato. Chegava, nem atava os atacadores e pensava ‘está bom’.  Mas depois rendia em campo, que era o que importava. És bom, ganhas, recebes bónus, todo a gente fica feliz. No Real tive uma série de lesões, muitas vezes sem saber como ou porquê.»