Duarte Gomes analisa arbitragem do FC Porto-Leixões
Especialista A BOLA fala em incoerência disciplinar
José Bessa fez curta viagem até ao Dragão para dirigir o FC Porto-Leixões.
O jogo contou para a última jornada da Fase de Grupos da Taça da Liga.
José Bessa - que indicia ter qualidades para a função (isso é inequívoco) - optou por abordagem disciplinar demasiado restritiva, exibindo vários cartões de forma nem sempre coerente. A opção, ora por excesso ora por defeito, teve algum impacto na partida. É justo realçar, por outro lado, que o jovem portuense esteve bem tecnicamente em decisões relevantes.
Segue análise técnica aos lances mais relevantes do encontro:
7' Golo do FC Porto, marcado por Francisco Conceição. No momento do remate do avançado azul e branco, Grujic (no centro da área) estava em posição legal. Lance bem validado pela equipa de arbitragem.
12' Indiscutível a decisão de José Bessa, ao punir com pontapé de penálti carga nas costas de Grujic sobre Adriano Amorim. O jogador sérvio derrubou o adversário quando este estava à sua frente e de posse de bola.
17' João Mário foi derrubado (pelas mãos e pé de Moisés Conceição), perto da área do Leixões, sem que o árbitro sancionasse a infração. Ficou por assinalar pontapé-livre para o FC Porto.
18' Fabinho puxou o ombro de Francisco Conceição, que saía em velocidade e foi assim privado de prosseguir jogada. A infração tática (antidesportiva) foi bem punida com o primeiro amarelo da partida.
22' Adriano Amorim rasteirou Romário Baró de forma evidente mas apenas imprudente. A infração não devia ter sido sancionada com advertência.
23' Grujic tocou na bola após tacle legal, sendo o contacto posterior consequência dessa abordagem. O médio não foi negligente nem colocou nada a mais ou acima do que a intervenção pedia. O árbitro foi iludido pelo aparato do lance. Não foi correta a exibição do cartão amarelo.
24' Wakaso tocou no pé de Ivan Jaime de forma irregular, mas a infração foi apenas imprudente. Foi novamente incorreta a interpretação disciplinar do portuense. Amarelo mal exibido.
34' Romário Baró levantou a perna direita (tal como Fábio Carvalho inicialmente), mas o médio do FC Porto foi o único que não evitou depois contacto com intensidade, atingindo com a sola da bota o peito/barriga do adversário. A infração teve velocidade, foi intencional e colocou em risco a integridade física do jogador do Leixões. Errou o árbitro ao não exibir o cartão vermelho direto.
41' Wakaso, que viu o primeiro amarelo após leitura errada de David Silva, foi expulso por acumulação de cartões por, aí sim, ter pisado o pé de Romário Baró de forma claramente negligente. A advertência era inevitável. O experiente jogador podia ter evitado o risco que correu ali.
45+1' Rasteira dura de Adriano Amorim sobre Francisco Conceição no limite para o (segundo) amarelo. O árbitro entendeu não advertir o leixonense, em decisão que ali se aceita, mas que não foi coerente com análises anteriores.
47' Danrlei tocou em Ivan Jaime quando o acompanhou na desmarcação, mas desviou a bola da zona de perigo sem efetuar carga ilegal nas costas do adversário. Lance bem analisado na área do Leixões.
57' Novo momento de incoerência disciplinar do árbitro da partida: a infração que Zé Pedro cometeu (a primeira) foi idêntica ou até mais dura do que aquela que valeu o primeiro amarelo a Wakaso. O central do FC Porto não foi advertido.
68' Rafa protagonizou entrada duríssima sobre André Pereira. A infração, manifestamente negligente, foi bem sancionada com advertência.
76' Ricardo Teixeira derrubou Galeno com negligência. Viu bem o amarelo.
82' Pontapé de penálti bem assinalado: Léo Bolgado derrubou Evanilson, impedindo que este ficasse frente a Stefanovic. A infração foi clara e o amarelo bem exibido: apesar de tentar disputar a bola, o defesa brasileiro impediu clara oportunidade de golo do adversário.
Nota 5: incoerência disciplinar