Crime na Luz reacende discussão sobre revistas nos estádios
Panorama das bancadas do Estádio da Luz (Foto: Maciej Rogowski/IMAGO)

Crime na Luz reacende discussão sobre revistas nos estádios

NACIONAL22.12.202321:12

Adepto vítima de uma facada no recinto do Benfica poderá ter alta em breve

O esfaqueamento de um adepto do Benfica no jogo desta quinta-feira, no Estádio da Luz, entre Benfica e Aves SAD, promete reacender a discussão sobre as revistas feitas à entrada nos estádios. Este é um tema antigo, mas que volta a marcar a agenda face ao sucedido. 

No comunicado da Liga Portugal, no qual se exige o «apuramento das responsabilidades» o tema foi devidamente sublinhado, ao pedir-se o «reforço das medidas preventivas para que situações semelhantes não se repitam nos estádios portugueses». 

A questão que continua no ar é tão simples quanto esta: como pode alguém entrar com uma faca num estádio de categoria 4, o grau máximo atribuído pela UEFA? A resposta é dividida em dois, segundo informações recolhidas por A BOLA junto de fontes ligadas à segurança: a impossibilidade de detetar pequenos objetos (como os very lights, por exemplo) e a necessidade de fazer escoar o público para não causar perturbação desnecessária e despropositada. 

Num jogo considerado de baixo risco, como foi o caso, as revistas não são apertadas, ao contrário, por exemplo, do que acontece quando se trata de risco elevado e/ou no controlo de entrada de claques organizadas. 

Área vigiada com câmaras 

O crime ocorreu no piso 3 (bancada Mais Vantagens, setor 38), durante o intervalo do Benfica-Aves SAD, a contar para a última jornada da fase de grupos da Taça da Liga. Uma altercação entre adeptos da equipa da casa sobre lugares terminou com uma facada desferida no abdómen de um deles. 

O agressor pôs-se em fuga, deixando o agredido em dificuldades, junto das duas filhas menores e perante a estupefação de todos os que se encontravam à volta. A vítima foi assistida de pronto e transportada para o Hospital de Santa Maria, estando fora de perigo. Ao que A BOLA apurou, o golpe não atingiu qualquer órgão vital e é provável que o adepto possa ter alta em breve.

Quanto ao desenvolvimento do caso, nomeadamente a captura do autor do esfaqueamento, é tema em aberto. Até à hora da conclusão deste artigo, A BOLA não obteve resposta aos pedidos de contacto por e-mail e por telefone junto do gabinete de Relações Públicas da Polícia de Segurança Pública. 

De qualquer forma, as forças de segurança já têm na sua posse as imagens de videovigilância do local cedidas pelo Benfica, que podem ser úteis para identificar o agressor. Os encarnados, recorde-se, emitiram um comunicado na noite do incidente, lamentando «profundamente» o ocorrido, tendo fornecido «todas as informações disponíveis às autoridades».