Benfica-Vizela: do conservadorismo à revolução
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O MISTER DE A BOLA Benfica-Vizela: do conservadorismo à revolução

NACIONAL19.02.202422:56

A análise de Vítor Manuel à goleada dos encarnados (6-1)

1-Seis mudanças

O Benfica vinha de um jogo a meio da semana, em que alcançou uma vitória (2-1) justa, mas cinzenta contra o Toulouse. Por isso, a receção ao Vizela, para a Liga, deixava algumas dúvidas no ar sobre se Roger Schmidt iria manter a mesma equipa num espaço tão curto de recuperação. Ora, o técnico encarnado tomou uma decisão que acabou por surpreender tudo e todos, com seis mudanças no onze titular, com a entrada de jogadores, que reclamavam por minutos. Não está em causa a qualidade dos mesmo, mas o Benfica lidera a Liga (ainda que à condição) e o momento não era para riscos exacerbados. No fim, Roger Schmidt acabou por ter razão nas apostas. 

2-Avalanche ofensiva
A entrada em jogo não foi a melhor e o Benfica estava desconfiado de si no primeiro quarto de hora. No entanto, tudo mudou com o golo inaugural apontado por Neres, o suplente de luxo. A equipa libertou-se psicologicamente e, com sangue fresco em campo, arrancou para uma primeira parte de grande nível, marcada por uma verdadeira avalanche ofensiva, com muita dinâmica com e sem a bola. Neres e Rafa foram os principais agitadores do ataque encarnado, muito bem acompanhados por Tiago Gouveia e Casper Tengstedt, este último a principal novidade na rotação promovida pelo técnico das águias. O avançado dinamarquês continua a revelar alguma falta de eficácia, mas realizou um bom jogo. 3-

3-Vizela reagiu na 2.ª parte
É verdade que o subconsciente dos jogadores encarnados já estava no encontro de quinta-feira, mas creio que não poderá ser a única explicação para uma 2. ª parte fraca do Benfica. Ao intervalo, Rafa saiu para o lugar de Di María, passando Neres para o corredor central. Curiosamente, a equipa e o próprio Neres desapareceram do jogo. As dificuldades sentidas em outros tantos jogos durante esta temporada vieram ao de cima fruto do mau posicionamento coletivo e a pouca agressividade na reação à perda de bola. O Vizela aproveitou para reagir. Além do golo, o avançado Samuel Essende desperdiçou ainda uma grande penalidade. Os minhotos têm uma proposta de jogo ousada, por vezes ingénua, nomeadamente ante deste tipo de tubarões, mas o segundo tempo deverá dar alguma esperança para o que resta da época. Tem bons executantes, como o defesa-direito Tomás Silva, o médio Diogo Nascimento e o já citado Samuel Essende, que leva já 11 golos na Liga. Falta apenas um coletivo melhor organizado dentro de campo. 

4-O que fazer com Neres
Dois golos e duas assistências explicam a influência decisiva de David Neres na goleada aplicada. Nota para o sexto golo, no qual não foi egoísta, oferecendo a felicidade de marcar a Marcos Leonardo, que continua a fazer o gosto ao pé em poucos minutos de utilização. David Neres é um jogador especial e após esta exibição fica a dúvida se manterá o lugar na equipa ou se irá regressar ao banco de suplentes. Quinta-feira, às 17.45 horas, teremos a resposta. Toulouse não será fácil.