Benfica: tempestade e bonança
Roger Schmidt, treinador do Benfica (Neil Hanna Sportimage)

Benfica: tempestade e bonança

NACIONAL21.03.202407:00

Há um ano Roger Schmidt também deu cinco dias de férias ao plantel; seguiu-se a pior fase da época com três derrotas seguidas e quatro jogos sem ganhar; sofrimento acabou com título

As pausas das competições nacionais para as seleções não tiveram, esta época, efeitos negativos no Benfica. Depois das três paragens, os encarnados retomaram as provas em Portugal com vitórias sobre Vizela, Lusitânia e Famalicão. Mas isso não aconteceu, por exemplo, na temporada passada — dois empates e uma vitória — e a entrada em cena depois da pausa de março provocou a maior tempestade.

Há um ano, como agora, Roger Schmidt deu cinco dias de férias aos jogadores que não estiveram em ação pelas respetivas seleções. E se é verdade que a equipa recomeçou com o pé direito, vencendo o Rio Ave em Vila do Conde por 1-0, o que salta à vista é mesmo o descalabro logo a seguir. Três derrotas seguidas — FC Porto e Inter, ambas na Luz, e Chaves, em Trás-os-Montes. De uma penada o Benfica não só praticamente perdeu a possibilidade de continuar na Liga dos Campeões (afastamento confirmado depois da derrota em Chaves com empate a três golos em Milão) como, mais importante, passou no campeonato de dez pontos de vantagem sobre o FC Porto para quatro.

Depois da pausa de março da época passada, o Benfica arrancou com um triunfo sobre o Rio Ave, ao qual se seguiram quatro jogos sem vencer — três derrotas (FC Porto, Inter e Chaves) e um empate (Inter)

Os quatro jogos consecutivos sem ganhar — três derrotas e um empate — ainda constituem o pior ciclo de Roger Schmidt na Luz. Dele viria o Benfica a recuperar, não sem dificuldades, como atestam os três jogos seguinte — vitórias por 1-0 sobre o Estoril, na Luz, 2-0 sobre o Gil Vicente, em Barcelos, com Chiquinho de cabeça a abrir o caminho do triunfo apenas aos 73 minutos, e 1-0 sobre o SC Braga, outra vez no ninho das águias, com golo de Rafa, aos 67 minutos.

O Benfica chegou à paragem de março com 10 pontos de avanço sobre o FC Porto no campeonato. Somou seis vitórias um empate e duas derrotas até ao final da temporada. E a distância ficou reduzida a dois pontos

A vitória mais gorda aconteceria no Algarve, com o Portimonense (5-1), à qual se seguiria novo susto, agora em Alvalade, com João Neves a assinar o golo do empate (2-2) com o Sporting aos 90+4 minutos.

A bonança chegaria com o último jogo da época — triunfo sobre o Santa Clara (3-0) e reconquista do título de campeão.

11 nas seleções

O plantel principal do Benfica perdeu 11 jogadores para as seleções — Trubin, Samuel Soares, André Gomes, Leo Kokubo, Tomás Araújo, Otamendi, António Silva, Álvaro Carreras, João Neves, Kokçu, Di María. Na verdade, Bah foi dispensado pela Dinamarca, com novo problema no pé esquerdo, mas estará disponível para jogar com o Chaves, dia 29 na Luz. Todos os outros estão de descanso e retomam os trabalhos apenas no sábado, para preparar o duelo com os flavienses, ao qual se seguem os dois dérbis com o Sporting, da Taça de Portugal e do campeonato.

E, para resolver, ainda está a situação de Orkun Kokçu, que criticou o treinador e o clube e ainda desconhece as consequências disciplinares.

O descanso, no entender de Schmidt, só faz bem. «As férias tiveram um impacto positivo nos jogadores», argumentou o treinador depois das três derrotas seguidas em março do ano passado e antes do empate com o Inter em Milão, da segunda mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões.