«Arrependi-me de não ter assinado mais épocas com o Benfica»
Jorge Jesus com Siqueira em setembro de 2013 (Miguel Nunes, ASF)

«Arrependi-me de não ter assinado mais épocas com o Benfica»

NACIONAL01.03.202410:47

Brasileiro Siqueira recorda a história de como esteve entre o Benfica e o Real Madrid, referindo que usufuiu muito do tempo com os encarnados

Guilherme Siqueira acabou a carreira precocemente, aos 30 anos, com lesão grave e crónica num tornozelo, que ainda hoje o impede de fazer um jogo com amigos. O lateral brasileiro, hoje com 37 e empresário no Brasil, já por diversas vezes explicou como acabou por ir parar ao Benfica, emprestado pelo Granada, no último dia do mercado de verão de 2013, quando o plano era ir para o Real Madrid, dependendo da saída de Fábio Coentrão, que acabou por não se verificar.

Em entrevista ao jornal As, o brasileiro recordou a história desse dia quente, mas disse lamentar ter estado tão pouco tempo com os encarnados – acabou por ser só um empréstimo de uma época, em 2013/14, assinando depois pelo Atlético Madrid, onde ficou duas épocas, e depois foi emprestado mais duas ao Vâlencia, terminando aí a carreira por já não aguentar as dores. «Até hoje não posso jogar futebol com os amigos nem praticar desportos de impacto. A única coisa que faço é andar de bicicleta ou nadar», sublinha.

«Não lamento nada [não ter ido para o Real]. No Benfica ganhámos três títulos nacionais e disputámos a final da Liga Europa. Conheci o Jorge Jesus e o clube. Aliás, arrependi-me mais de não ter assinado mais épocas com o Benfica do que não ter ido para Madrid. Já o disse antes. Embora a minha carreira tenha terminado cedo, estou grato por ter jogado no Atlético, no Benfica, no Granada e no Valência e por ter estado a um passo do Real Madrid», subinha.

Ivan Cavaleiro e Siqueira em outubro de 2013 (Sérgio Miguel Santos, ASF)

Voltemos então ao tal dia 31 de agosto em que estava em Lisboa para assinar pelo Real e acabou no Benfica: «Era o último dia, não tinha nada e ia ficar no Granada, mas o meu representante telefonou-me para dizer que o Benfica me queria emprestado. Apanhei um avião e ligou-me o meu agente a dizer que afinal o Coentrão estava de saída e que ia assinar pelo Real Madrid. Assim que cheguei a Lisboa, num escritório onde havia um fax, assinei contrato e já era jogador do Real Madrid. Já era tarde e estávamos todos felizes, mas depois ligaram a dizer que afinal o Coentrão não ia sair por problemas de documentação. Propuseram-me regressar a Granada e assinaríamos um pré-contrato para janeiro. Eu disse que não. Estava em Lisboa e assinei com o Benfica. Mas já tinha feito tudo com o Real, salário acertado e anos. Ia jogar três anos de branco.»

Antes disso, Siqueira conta ainda uma história engraçada que ocorreu logo no início de época, já com o mercado aberto, em que o Real Madrid foi jogar a Granada e andava interesse dos merengues no ar: «Aconteceu uma história curiosa: o Real foi jogar ao Los Cármenes e nos túneis o Marcelo perguntou se ia para lá; atrás passou o Cristiano e perguntou o mesmo, e eu respondi que só dava se o compatriota dele [Coentrão] saísse. Mas depois Ancelotti disse que o plantel estava fechado.» E assim se volta ao último dia de mercado…