«Arábia Saudita? Parece-me assustador...»

FC Porto «Arábia Saudita? Parece-me assustador...»

NACIONAL22.07.202318:37

Stephen Eustaquio admite estar assustado com o facto de muitos jovens jogadores estarem a optar por rumar à Arábia Saudita.

«Cada jogador tem a sua visão do futuro. Estão a conseguir contratar bem, grandes jogadores e também jovens. A mim parece-me assustador conseguirem convencer jovens a mudar-se para lá. Depende da visão que a liga tem. A Europa vai sempre manter o nível, tem competições históricas, como a Champions. Lógico que se fala no balneário, mas acaba por ser normal», revelou, em entrevista à Sport TV.

Já sobre se recebesse uma proposta do futebol saudita: «Acho que já toda a gente pensou nisso. Nunca me passou pela cabeça ir, tenho outro objetivo na vida. É normal pensar nisso. Respeito todos os jogadores, tomam decisões por estarem a passar por diferentes situações.»

Em relação à seleção do Canadá, que voltou a disputar um Mundial, o médio defende que tomou a melhor decisão.

«Quando fiz o percurso na qualificação da CONCACAF senti que tinha tomado a melhor decisão. No final das contas, o futebol também é a amizade e tenho amigos lá. Quando carimbámos a qualificação, talvez na altura não tivessem percebido a minha decisão, mas quando estudei a fundo os jogadores que lá tinham senti que havia possibilidade de irmos ao Catar. Conseguimos e só quem está no Mundial sabe o que é lá estar. Quando estive no Catar senti que estava no sítio certo», afirmou.

O centrocampista não esperou por Portugal: «Para mim temos uma das melhores seleções do mundo, mesmo os que ficam de fora… são muito bons. Tomei a decisão depois dos sub-21. Falei com Rui Jorge, achei que precisava de dar essa justificação. Depois aceitei o desafio.»

Eustaquio explicou o porquê de não ter participado na Gold Cup.

«Quando o mister da seleção falou comigo, perguntou-me se queria ir aos dois torneios. Nem sei quando foi. Estava bem e disse que sim. Por tudo o que estava a passar, problema familiar. Depois mais fui à Liga das Nações e perdemos na final. Senti que estava de rastos a nível emocional e físico. Tinha-me comprometido, pensava que os quatro dias de férias iam ajudar, cheguei ao segundo dia e estava tão mal… Falei com algumas pessoas e disseram-me que se fosse à Gold Cup podia ter prejuízos ao longo da época. Quero estar bem fisicamente para ajudar o FC Porto, também a seleção, mas a verdade é que é muita coisa e só conseguimos competir até um certo ponto, é muito jogo», completou.