ANTEVISÃO: Milan-Roma, o jogo que Mou nunca ganhou
Mourinho nunca bateu Pioli (IMAGO)

ANTEVISÃO: Milan-Roma, o jogo que Mou nunca ganhou

INTERNACIONAL14.01.202409:00

José Mourinho vai em três derrotas e dois empates como treinador dos 'giallorossi' frente ao 'rossoneri'

O Milan recebe esta tarde, pelas 19.45 horas, a Roma. Terceiro classificado a receber o nono, com dez pontos (39-29) a separar ambas as equipas.

Desde que José Mourinho chegou à Roma, no início de 2021/2022, as duas equipas defrontaram por cinco vezes e os rossoneri nunca perderam: 2-1 e 3-1 em 2021/2022, 2-2 e 1-1 em 2022/2023 e 2-1 em 2023/2024.

Aliás, há mais de quatro anos que os giallorossi não batem o Milan. A última vitória aconteceu a 27 de outubro de 2019 (2-1, em casa), era Paulo Fonseca o treinador. Há oito jogos que a Roma não ganha aos milaneses…

Será, pois, uma espécie de tira-teimas entre Milan e Roma ou, se quisermos, entre Stefano Pioli e José Mourinho (não vai estar no banco, por estar a cumprir castigo). Com o português a tentar bater, pela primeira vez, o italiano…

Os últimos cinco jogos da Roma na Serie A não foram particularmente brilhantes: duas derrotas (0-2 em Bolonha e 0-1 em Turim com a Juventus), dois empates (com Fiorentina e Atalanta, ambos em casa) e uma vitória (2-0, em casa, com o campeão Nápoles).

O Milan, por seu turno, apesar do recente afastamento para a Taça de Itália (1-2, em casa, com a Atalanta), sofreu apenas uma derrota nos últimos oito jogos na Serie A: cinco triunfos (1-0 à Fiorentina e Sassuolo, 3-1 ao Frosinone e 3-0 ao Monza em San Siro e 3-0 em Empoli), dois empates (2-2 em Lecce e em Salerno, com a Salernitana) e um desaire (2-3 em Bérgamo, com a Atalanta).

Assim, em teoria, o favoritismo pende para o Milan. Tem o segundo melhor ataque da prova (35 golos, 44 para o Inter), mas apenas a sexta defesa menos batida da Serie A (20 golos, contra 9 do Inter, 12 da Juventus, 16 do Bolonha, 18 do Torino e 19 da Fiorentina).

Atenção, porém, à Roma: tem o terceiro melhor ataque da prova (31 golos contra 35 do Milan e 44 do Inter), mas apenas a nona defesa (21 golos encaixados contra 9 do Inter, 12 da Juventus, 16 do Bolonha, 18 do Torino, 19 da Fiorentina e 20 do Milan, Lazio e Monza).

Milan

Sistema: 4x2x3x1

Onze provável: Maignan; Calabria, Kjær, Hernández e Jimenez; Reijnders e Adli; Pulisic, Loftus-Cheek e Rafael Leão; Giroud.

Roma

Sistema: 3x5x2

Onze provável: Rui Patrício; Mancini, Cristante e Llorente; Kristensen, Paredes, Bove, Pellegrini e Zalewski; Lukaku e El Shaarawy.

As palavras de Stefano Pioli, treinador do Milan: 

«Mou é um treinador de ponta no banco, é inteligente, esperto e astuto. Antes dos jogos, elogia sempre os adversários. Jogar com a Roma não é fácil, pois permite pouco espaço e é perigosa nas bolas paradas. Temos de trabalhar mais a fase defensiva, já que somos o segundo melhor ataque da Serie A, mas a sexta defesa do torneio. Podemos fazer melhor.»

As palavras de José Mourinho, treinador da Roma:

«Não há nada que alguém queira dizer aos meus jogadores que eu não tivesse dito. Uma coisa é ter dificuldades e outra é usar essas dificuldades, reais, para justificar algo que podia ter sido feito melhor. E eu não poupo nisso. Não vou citar nomes, sei que no futebol se costuma dizer que a responsabilidade é do treinador, mas ontem a reunião foi difícil principalmente para alguém que tem de dar mais. Entendo que as pessoas não ficam felizes com algumas situações, pois no final a atitude de A, B ou C pode afetar os outros oito. De quem é a responsabilidade? Minha? Deles? É multifatorial e é difícil para mim lê-la de forma diferente. Não poupo ninguém, às vezes até falo de mim, porque do alto da minha experiência também posso ser autocrítico.»

Relativamente ao jogo com o Milan, há mudanças em perspetiva: «Sim, confirmou. Não com a intenção de castigar ou colocar os holofotes sobre alguns jogadores, antes porque tenho de construir um puzzle que nos permita jogar bem. A equipa mais tática é normalmente a menos capaz a nível técnico, por isso focamo-nos muito no jogo.»

Paulo Dybala não está convocado, assim como Renato Sanches: «Encontrar uma forma de substituir o Paulo não é tão fácil, seja para mim, para Guardiola ou Pochettino. Infelizmente, a Roma vive uma situação do ponto de vista do fair-play financeiro que nos limita muito e isso se vê em campo, não dá para esconder. Fizemos um esforço económico para manter Smalling e agora não o temos e não podemos ter outro. O mesmo vale para Renato Sanches. Dybala é um jogador verdadeiramente especial, que jogou numa equipa com outros jogadores especiais.»

Mourinho falou também sobre os adeptos: «São os mais incríveis que conheci. As pessoas de fora querem ouvir certas palavras e as minhas são objetivas. Joguei 150/200 derbies e, para mim, sempre foram competições especiais. Ganhei, pedi, empatei, mas sabendo sempre que tinham peso muito especial. Em Roma perdi sempre por detalhes ou por um erro, do árbitro ou nosso. Mas sempre com a dignidade de quem dá tudo, saindo com a consciência tranquila. Este, de novo, será importante. O orgulho de ser adepto da Roma e de trabalhar para os adeptos da Roma está aqui presente, mas é dentro de campo que temos de mostrar esse sentimento.»

Trabalhar nestas condições é difícil para José Mourinho e, segundo ele, «para nunca escorregar teria de ser um mágico»: «Algumas pessoas pensam que o meu nome é José Harry Mourinho Potter, pois o nível de expectativa é muito alto. Estamos a quatro pontos do quarto lugar e a lutar por algo que é quase impossível se virmos o nível dos nossos rivais, mas vamos continuar a fazê-lo. Passámos por dois períodos difíceis: os três primeiros jogos em que, sem muitos jogadores, perdemos oito pontos em nove e este último ciclo com um grupo muito pequeno de jogadores. Esquecer essas dificuldades não é correto. Kristensen não é lateral, Mancini não se treina há um mês e jogou após 10 minutos na Serie A, Llorente está lesionado. Se as pessoas querem ignorar essa situação estão erradas.»